Pacote de obras para evitar enchente prevê 27 piscinões
Proposta de R$ 130 milhões prioriza avenidas e abrange 40 bairros
Vinícius Marques
Agência BOM DIA
Obras de microdrenagem, com galerias e boca-de-lobo em cerca de 40 bairros. Barreiras para conter água formada por 27 piscinões. Galeria com 3,5 quilômetros embaixo da avenida Bady Bassitt, além de poços gigantes. O objetivo é conter 362 milhões de litros de água para impedir enchentes em Rio Preto.
Conforme o BOM DIA antecipou no domingo, o projeto para acabar com as enchentes prioriza o córrego Canela, na avenida José Munia, e o Borá, na Juscelino Kubitschek. A meta é evitar enchentes nas avenidas Alberto Andaló e Bady Bassitt, que recebem a água dos dois córregos. A prefeitura estima o custo das obras em R$ 130 milhões. O governo ainda conta com canalização do rio Preto, obra prevista em R$ 46 milhões, para evitar as enchentes.
A maioria dos piscinões ficará no Canela por falta de áreas perto do Borá, de acordo com o engenheiro Pedro Zacarin, contratado por R$ 140 mil para fazer o projeto.
A prefeitura terá de desapropriar duas áreas particulares, uma de 20 mil metros quadrados e outra de dez mil metros quadrados no Ouro Verde para fazer os piscinões, que serão cobertos nos bairros.
PAC 2
Apesar do anúncio do projeto, a prefeitura não tem recurso para as obras. Tem “apenas” R$ 6,9 milhões liberados pelo governo federal. A prefeitura tentará mais verba do PAC 2 para viabilizar o projeto. As obras devem demorar dois anos, assim que forem iniciadas. O prefeito Valdomiro Lopes (PSB) também foi a São Paulo ontem para tentar viabilizar recursos do governo do estado, de acordo como secretário de Planejamento, Milton Assis. As obras, caso a cidade consiga recurso, começam em 2011.
Sem Murchid
O projeto não contempla obras na avenida Murchid Homsi, que também costuma inundar. “A situação nessa avenida não é tão catastrófica”, disse Zacarin.
Promotor cobra licença e prevê multa
O estudo da prefeitura também foi apresentado ontem ao promotor Sérgio Clementino. Ele vai propor TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com o município. Ele pediu que o governo obtenha licença ambientais para as obras. Caso os prazos fixados no acordo não sejam cumpridos, o termo vai prever multa diária, que ainda não tem valor definido.
Mesmo com a previsão de obras, Rio Preto ainda deve sofrer com as enchentes. O engenheiro Pedro Zacarin estima que cheias como a de janeiro podem se repetir a cada cem anos. “Vai ter. Pode ocorrer, mas o impacto vai ser completamente reduzido.”
Veja as obras previstas
Bacia do Canela (José Munia)
Dezessete lagoas de detenção de água (piscinões), 13 delas no próprio leito por onde passa o córrego e outras quatro nos seguintes locais: um no Sinibaldi, dois no cruzamento das avenidas Romeu Strazzi e Brasilusa e um no Jardim Maracanã
Poços na Brasilusa
Um poço de 60 metros de diâmetro e 15 metros de profundidade (obra orçada em R$ 16 milhões). Outros três poços de 20 metros de diâmetro, além de 771 metros de túnel
Bacia do Borá
Dez lagoas de detenção, seis no leito do Borá - com canalização aberta - e quatro fora córrego, no bairros Tarraf 1 e 2 e no Jardim Maracanã.
Galeria na Bady
Projeto contra enchente prevê galeria em cerca de 3,5 quilômetros sob a avenida Bady Bassitt. Em 2,4 quilômetros o canal terá três metros de diâmetro
Microdrenagem
Ruas de cerca de 40 bairros receberão obras. Serão 11 quilômetros de obras na região do Borá e 26 quilômetros na do Canela. O projeto ainda prevê construir 2.092 bocas-de-lobo
Fonte: Pedro Zacarin (autor do projeto)
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