quinta-feira, 27 de maio de 2010

Segunda-feira, 17 de maio de 2010 - 23:11

Pacote de obras para evitar enchente prevê 27 piscinões

Proposta de R$ 130 milhões prioriza avenidas e abrange 40 bairros

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Hélio Tuzi/SMC Pedro Zacarin (à esquerda) ao lado do secretário de Planejamento, Milton Assis Pedro Zacarin (à esquerda) ao lado do secretário de Planejamento, Milton Assis

Vinícius Marques
Agência BOM DIA

Obras de microdrenagem, com galerias e boca-de-lobo em cerca de 40 bairros. Barreiras para conter água formada por 27 piscinões. Galeria com 3,5 quilômetros embaixo da avenida Bady Bassitt, além de poços gigantes. O objetivo é conter 362 milhões de litros de água para impedir enchentes em Rio Preto.

Conforme o BOM DIA antecipou no domingo, o projeto para acabar com as enchentes prioriza o córrego Canela, na avenida José Munia, e o Borá, na Juscelino Kubitschek. A meta é evitar enchentes nas avenidas Alberto Andaló e Bady Bassitt, que recebem a água dos dois córregos. A prefeitura estima o custo das obras em R$ 130 milhões. O governo ainda conta com canalização do rio Preto, obra prevista em R$ 46 milhões, para evitar as enchentes.

A maioria dos piscinões ficará no Canela por falta de áreas perto do Borá, de acordo com o engenheiro Pedro Zacarin, contratado por R$ 140 mil para fazer o projeto.

A prefeitura terá de desapropriar duas áreas particulares, uma de 20 mil metros quadrados e outra de dez mil metros quadrados no Ouro Verde para fazer os piscinões, que serão cobertos nos bairros.

PAC 2
Apesar do anúncio do projeto, a prefeitura não tem recurso para as obras. Tem “apenas” R$ 6,9 milhões liberados pelo governo federal. A prefeitura tentará mais verba do PAC 2 para viabilizar o projeto. As obras devem demorar dois anos, assim que forem iniciadas. O prefeito Valdomiro Lopes (PSB) também foi a São Paulo ontem para tentar viabilizar recursos do governo do estado, de acordo como secretário de Planejamento, Milton Assis. As obras, caso a cidade consiga recurso, começam em 2011.

Sem Murchid
O projeto não contempla obras na avenida Murchid Homsi, que também costuma inundar. “A situação nessa avenida não é tão catastrófica”, disse Zacarin.

Promotor cobra licença e prevê multa
O estudo da prefeitura também foi apresentado ontem ao promotor Sérgio Clementino. Ele vai propor TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com o município. Ele pediu que o governo obtenha licença ambientais para as obras. Caso os prazos fixados no acordo não sejam cumpridos, o termo vai prever multa diária, que ainda não tem valor definido.

Mesmo com a previsão de obras, Rio Preto ainda deve sofrer com as enchentes. O engenheiro Pedro Zacarin estima que cheias como a de janeiro podem se repetir a cada cem anos. “Vai ter. Pode ocorrer, mas o impacto vai ser completamente reduzido.”

Veja as obras previstas
Bacia do Canela (José Munia)
Dezessete lagoas de detenção de água (piscinões), 13 delas no próprio leito por onde passa o córrego e outras quatro nos seguintes locais: um no Sinibaldi, dois no cruzamento das avenidas Romeu Strazzi e Brasilusa e um no Jardim Maracanã

Poços na Brasilusa
Um poço de 60 metros de diâmetro e 15 metros de profundidade (obra orçada em R$ 16 milhões). Outros três poços de 20 metros de diâmetro, além de 771 metros de túnel

Bacia do Borá
Dez lagoas de detenção, seis no leito do Borá - com canalização aberta - e quatro fora córrego, no bairros Tarraf 1 e 2 e no Jardim Maracanã.

Galeria na Bady
Projeto contra enchente prevê galeria em cerca de 3,5 quilômetros sob a avenida Bady Bassitt. Em 2,4 quilômetros o canal terá três metros de diâmetro


Microdrenagem
Ruas de cerca de 40 bairros receberão obras. Serão 11 quilômetros de obras na região do Borá e 26 quilômetros na do Canela. O projeto ainda prevê construir 2.092 bocas-de-lobo
Fonte: Pedro Zacarin (autor do projeto)


frase do dia

AGUA: PRESERVAR PARA SOBREVIVER

dicas de presevação

Água - Consciência e preservação
Tema:Ecologia
Autor: www.mma.gov.br
Data: 22/3/2007
Ecologia - Água
Foto: Margi Moss

Água
Foto: Margi Moss


Ecologia - Rio São Francisco
Foto: Margi Moss

Rio São Francisco
Foto: Margi Moss


Ecologia - Colônia de Vitória Régia do Pantanal (Victoria cruziana)
Foto: Mario Friedländer/MMA

Colônia de Vitória Régia do Pantanal (Victoria cruziana)
Foto: Mario Friedländer/MMA


Ecologia - Baixo Rio Tietê com Paraná
Foto: Margi Moss

Baixo Rio Tietê com Paraná
Foto: Margi Moss


Hoje, metade da população mundial (mais de 3 bilhões de pessoas) enfrenta problemas de abastecimento de água. Muitas fontes de água doce estão poluídas ou, simplesmente, secaram. Você sabia que 97% da água existente no planeta Terra é salgada (mares e oceanos), 2% formam geleiras inacessíveis e, apenas, 1% é água doce, armazenada em lençóis subterrâneos, rios e lagos?

Pois, bem, temos apenas 1% de água, distribuída desigualmente pela Terra para atender a mais de 6 bilhões de pessoas (população mundial). Esse pouquinho de água que nos resta está ameaçado. Isso porque, somente agora estamos nos dando conta dos riscos que representam os esgotos, o lixo, os resíduos de agrotóxicos e industriais.

Cada um de nós tem uma parcela de responsabilidade nesse conjunto de coisas. Mas, como não podemos resolver tudo de uma só vez, que tal começarmos a dar a nossa contribuição no dia-a-dia? Você sabe quantos litros de água uma pessoa consome, em média, por dia? Não? São cerca de 250 litros (isto mesmo, 250 litros ou mais): banho, cuidados de higiene, comida, lavagem de louça e roupas, limpeza da casa, plantas e, claro, a água que se bebe.

Dá para viver sem água? Não dá. Então, a saída é fazer um uso racional deste recurso precioso. A água deve ser usada com responsabilidade e parcimônia. Para nós, consumidores, também significa mais dinheiro no bolso. A conta de água no final do mês será menor. O mais importante, no entanto, é termos a consciência de que estamos contribuindo, efetivamente, para reduzir os riscos de matarmos a nossa fonte de vida: a água.
fonte:http://360graus.terra.com.br/ecologia/default.asp?did=17311&action=reportagem

DERRAMAMENTO DE OLEO NO GOLFO

Derramamento de óleo já é o pior dos EUA; nova mancha de petróleo avistada
Ainda é cedo para afirmar se a tentativa de tampar o poço com lama funciona, disse porta-voz da
TwitterDerramamento de óleo já é o pior dos EUA; nova mancha de petróleo avistada
Ainda é cedo para afirmar se a tentativa de tampar o poço com lama funciona, disse porta-voz da

Associated Press

O vazamento de petróleo no Golfo do México superou o desastre do petroleiro Exxon Valdez como o pior derramamento de óleo no mar da história dos Estados Unidos. A Guarda Costeira disse que o método tentado ontem para deter o vazamento parece estar funcionando, enquanto cientistas alertam que uma segunda mancha de petróleo foi avistada no mar.

Uma equipe de cientistas está calculando quando óleo já fluiu desde a explosão da plataforma Deepwater Horizon em 20 de abril, que matou 11 pessoas e deixou o poço aberto no fundo do mar, a mais de 1,5 km da superfície. As estimativas mais recentes dão conta de uma taxa de emissão até cinco vezes maior que a estimada originalmente.

FONTEhttp://www.estadao.com.br/noticias/vidae,derramamento-de-oleo-ja-e-o-pior-dos-eua-nova-mancha-de-petroleo-avistada,55

Abaixo, vídeo com imagens de satélite da Nasa mostra a evolução da mancha:

Mesmo usando os números mais conservadores, isso significa um vazamento de 72 milhões de litros, superando o desastre do Exxon Valdez que, em 1989, derramou 42 milhões de litros. No pior cenário, o vazamento no Golfo do México pode ter emitido 148 milhões de litros. A empresa British Petroleum (BP), responsável pela plataforma e sob pressão do governo americano para conter o vazamento, não se manifestou sobre a nova estimativa.

Nesta quinta-feira, cientistas descobriram uma enorme nova mancha de óleo sob o mar no Golfo do México, estendendo-se 35 km para o nordeste, rumo à costa do Alabama. A mancha principal move-se para Louisiana e Flórida. A descoberta é a segunda mancha significativa avistada desde o desastre da plataforma.

Na semana passada, a BPP havia instalado um tubo de 1,6 km de comprimento no poço, para sugar parte do petróleo para o interior de um navio petroleiro. O tubo juntou 3,5 milhões de litros, mas o arranjo teve de ser desmantelado para dar início ao procedimento conhecido como "top kill", para tentar interromper o fluxo por completo, injetando material pesado no poço e lacrando-o com concreto. O "top kill" nunca foi tentado a essa profundidade.

O tenente-comandante Tony Russell, assessor do almirante da Guarda Costeira Thad Allen, disse que o material pesado estava reduzindo o fluxo de material para fora do poço, mas que ainda é cedo para dizer se o processo terá sucesso. O "top kill" começou na quarta-feira e podem se passar vários dias antes que se possa fazer um diagnóstico.

O porta-voz da BP, Tom Mueller, desmentiu os informes de que a manobra já era um sucesso. "Apreciamos o otimismo, mas a operação de top kill continua durante todo o dia, e isso não mudou", disse ele. "Não esperamos ser capazes de dizer algo de definitivo tão cedo".
Derramamento de óleo já é o pior dos EUA; nova mancha de petróleo avistada
Ainda é cedo para afirmar se a tentativa de tampar o poço com lama funciona, disse porta-voz da BP
27 de maio de 2010 | 13h 57

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Associated Press

O vazamento de petróleo no Golfo do México superou o desastre do petroleiro Exxon Valdez como o pior derramamento de óleo no mar da história dos Estados Unidos. A Guarda Costeira disse que o método tentado ontem para deter o vazamento parece estar funcionando, enquanto cientistas alertam que uma segunda mancha de petróleo foi avistada no mar.

Uma equipe de cientistas está calculando quando óleo já fluiu desde a explosão da plataforma Deepwater Horizon em 20 de abril, que matou 11 pessoas e deixou o poço aberto no fundo do mar, a mais de 1,5 km da superfície. As estimativas mais recentes dão conta de uma taxa de emissão até cinco vezes maior que a estimada originalmente.

Abaixo, vídeo com imagens de satélite da Nasa mostra a evolução da mancha:

Mesmo usando os números mais conservadores, isso significa um vazamento de 72 milhões de litros, superando o desastre do Exxon Valdez que, em 1989, derramou 42 milhões de litros. No pior cenário, o vazamento no Golfo do México pode ter emitido 148 milhões de litros. A empresa British Petroleum (BP), responsável pela plataforma e sob pressão do governo americano para conter o vazamento, não se manifestou sobre a nova estimativa.

Nesta quinta-feira, cientistas descobriram uma enorme nova mancha de óleo sob o mar no Golfo do México, estendendo-se 35 km para o nordeste, rumo à costa do Alabama. A mancha principal move-se para Louisiana e Flórida. A descoberta é a segunda mancha significativa avistada desde o desastre da plataforma.

Na semana passada, a BPP havia instalado um tubo de 1,6 km de comprimento no poço, para sugar parte do petróleo para o interior de um navio petroleiro. O tubo juntou 3,5 milhões de litros, mas o arranjo teve de ser desmantelado para dar início ao procedimento conhecido como "top kill", para tentar interromper o fluxo por completo, injetando material pesado no poço e lacrando-o com concreto. O "top kill" nunca foi tentado a essa profundidade.

O tenente-comandante Tony Russell, assessor do almirante da Guarda Costeira Thad Allen, disse que o material pesado estava reduzindo o fluxo de material para fora do poço, mas que ainda é cedo para dizer se o processo terá sucesso. O "top kill" começou na quarta-feira e podem se passar vários dias antes que se possa fazer um diagnóstico.

O porta-voz da BP, Tom Mueller, desmentiu os informes de que a manobra já era um sucesso. "Apreciamos o otimismo, mas a operação de top kill continua durante todo o dia, e isso não mudou", disse ele. "Não esperamos ser capazes de dizer algo de definitivo tão cedo".

Governo Obama

Em Washington, a diretora do Serviço de Gerenciamento de Minerais, Elizabeth Birnbaum, demitiu-se algumas horas antes de um esperado pronunciamento do presidente Barack Obama. Espera-se que ele prorrogue uma moratória na exploração de petróleo em águas profundas.

O departamento de Birnbaum se viu sob duras críticas de ambos os partidos do Congresso americano pela supervisão negligente das perfurações e pelo relacionamento excessivamente amigável com empresas do setor.

Um relatório divulgado no início da semana revela que, entre 2000 e 2008, funcionários da agência aceitaram ingressos para eventos esportivos, almoços e outros presentes de empresas de petróleo e gás, e usaram computadores do governo para assistir a pornografia. Birnbaum administrava a área desde julho de 2009.

Obama também deve adiar a venda de concessões para a exploração de petróleo no Alasca e cancelar de vez planos de autorizar perfurações no Golfo Ocidental e na costa do estado de Virginia.

Se o top kill falhar, a BP tem planos de contingência, incluindo lacrar o poço com um tampão. Uma tentativa anterior nesse sentido falhou. A BP também pode tentar um "tiro de lixo", arremessando detritos no poço para entupi-lo, durante o processo de top kill. A única solução permanente é furar outro poço para retirar o óleo de forma controlada, mas isso levará meses.

Embora o vazamento seja o maior da história dos EUA, não é o pior do Golfo do México. Uma plataforma mexicana, a Ixtoc 1, explodiu em junho de 1979, liberando 530 milhões de litros de óleo.

Governo Obama

Em Washington, a diretora do Serviço de Gerenciamento de Minerais, Elizabeth Birnbaum, demitiu-se algumas horas antes de um esperado pronunciamento do presidente Barack Obama. Espera-se que ele prorrogue uma moratória na exploração de petróleo em águas profundas.

O departamento de Birnbaum se viu sob duras críticas de ambos os partidos do Congresso americano pela supervisão negligente das perfurações e pelo relacionamento excessivamente amigável com empresas do setor.

Um relatório divulgado no início da semana revela que, entre 2000 e 2008, funcionários da agência aceitaram ingressos para eventos esportivos, almoços e outros presentes de empresas de petróleo e gás, e usaram computadores do governo para assistir a pornografia. Birnbaum administrava a área desde julho de 2009.

Obama também deve adiar a venda de concessões para a exploração de petróleo no Alasca e cancelar de vez planos de autorizar perfurações no Golfo Ocidental e na costa do estado de Virginia.

Se o top kill falhar, a BP tem planos de contingência, incluindo lacrar o poço com um tampão. Uma tentativa anterior nesse sentido falhou. A BP também pode tentar um "tiro de lixo", arremessando detritos no poço para entupi-lo, durante o processo de top kill. A única solução permanente é furar outro poço para retirar o óleo de forma controlada, mas isso levará meses.

Embora o vazamento seja o maior da história dos EUA, não é o pior do Golfo do México. Uma plataforma mexicana, a Ixtoc 1, explodiu em junho de 1979, liberando 530 milhões de litros de óleo.

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O vazamento de petróleo no Golfo do México superou o desastre do petroleiro Exxon Valdez como o pior derramamento de óleo no mar da história dos Estados Unidos. A Guarda Costeira disse que o método tentado ontem para deter o vazamento parece estar funcionando, enquanto cientistas alertam que uma segunda mancha de petróleo foi avistada no mar.

Uma equipe de cientistas está calculando quando óleo já fluiu desde a explosão da plataforma Deepwater Horizon em 20 de abril, que matou 11 pessoas e deixou o poço aberto no fundo do mar, a mais de 1,5 km da superfície. As estimativas mais recentes dão conta de uma taxa de emissão até cinco vezes maior que a estimada originalmente.

Abaixo, vídeo com imagens de satélite da Nasa mostra a evolução da mancha:

Mesmo usando os números mais conservadores, isso significa um vazamento de 72 milhões de litros, superando o desastre do Exxon Valdez que, em 1989, derramou 42 milhões de litros. No pior cenário, o vazamento no Golfo do México pode ter emitido 148 milhões de litros. A empresa British Petroleum (BP), responsável pela plataforma e sob pressão do governo americano para conter o vazamento, não se manifestou sobre a nova estimativa.

Nesta quinta-feira, cientistas descobriram uma enorme nova mancha de óleo sob o mar no Golfo do México, estendendo-se 35 km para o nordeste, rumo à costa do Alabama. A mancha principal move-se para Louisiana e Flórida. A descoberta é a segunda mancha significativa avistada desde o desastre da plataforma.

Na semana passada, a BPP havia instalado um tubo de 1,6 km de comprimento no poço, para sugar parte do petróleo para o interior de um navio petroleiro. O tubo juntou 3,5 milhões de litros, mas o arranjo teve de ser desmantelado para dar início ao procedimento conhecido como "top kill", para tentar interromper o fluxo por completo, injetando material pesado no poço e lacrando-o com concreto. O "top kill" nunca foi tentado a essa profundidade.

O tenente-comandante Tony Russell, assessor do almirante da Guarda Costeira Thad Allen, disse que o material pesado estava reduzindo o fluxo de material para fora do poço, mas que ainda é cedo para dizer se o processo terá sucesso. O "top kill" começou na quarta-feira e podem se passar vários dias antes que se possa fazer um diagnóstico.

O porta-voz da BP, Tom Mueller, desmentiu os informes de que a manobra já era um sucesso. "Apreciamos o otimismo, mas a operação de top kill continua durante todo o dia, e isso não mudou", disse ele. "Não esperamos ser capazes de dizer algo de definitivo tão cedo".

Governo Obama

Em Washington, a diretora do Serviço de Gerenciamento de Minerais, Elizabeth Birnbaum, demitiu-se algumas horas antes de um esperado pronunciamento do presidente Barack Obama. Espera-se que ele prorrogue uma moratória na exploração de petróleo em águas profundas.

O departamento de Birnbaum se viu sob duras críticas de ambos os partidos do Congresso americano pela supervisão negligente das perfurações e pelo relacionamento excessivamente amigável com empresas do setor.

Um relatório divulgado no início da semana revela que, entre 2000 e 2008, funcionários da agência aceitaram ingressos para eventos esportivos, almoços e outros presentes de empresas de petróleo e gás, e usaram computadores do governo para assistir a pornografia. Birnbaum administrava a área desde julho de 2009.

Obama também deve adiar a venda de concessões para a exploração de petróleo no Alasca e cancelar de vez planos de autorizar perfurações no Golfo Ocidental e na costa do estado de Virginia.

Se o top kill falhar, a BP tem planos de contingência, incluindo lacrar o poço com um tampão. Uma tentativa anterior nesse sentido falhou. A BP também pode tentar um "tiro de lixo", arremessando detritos no poço para entupi-lo, durante o processo de top kill. A única solução permanente é furar outro poço para retirar o óleo de forma controlada, mas isso levará meses.

Embora o vazamento seja o maior da história dos EUA, não é o pior do Golfo do México. Uma plataforma mexicana, a Ixtoc 1, explodiu em junho de 1979, liberando 530 milhões de litros de óleo.

Alguém já disse que uma das aventuras mais fascinantes é acompanhar o ciclo das águas na Natureza. Suas reservas no planeta são constantes, mas isso não é motivo para desperdiçá-la ou mesmo poluí-la. A água que usamos para os mais variados fins é sempre a mesma, ou seja, ela é responsável pelo funcionamento da grande máquina que é a vida na Terra; sendo tudo isto movido pela energia solar.

Vista do espaço, a Terra parece o Planeta Água, pois esta cobre 75% da superfície terrestre, formando os oceanos, rios, lagos etc. No entanto, somente uma pequenina parte dessa água - da ordem de 113 trilhões de m3 - está à disposição da vida na Terra. Apesar de parecer um número muito grande, a Terra corre o risco de não mais dispor de água limpa, o que em última análise significa que a grande máquina viva pode parar.

A água nunca é pura na Natureza, pois nela estão dissolvidos gases, sais sólidos e íons. Dentro dessa complexa mistura, há uma coleção variada de vida vegetal e animal, desde o fitoplâncton e o zooplâncton até a baleia azul (maior mamífero do planeta). Dentro dessa gama de variadas formas de vida, há organismos que dependem dela inclusive para completar seu ciclo de vida (como ocorre com os insetos). Enfim, a água é componente vital no sistema de sustentação da vida na Terra e por isso deve ser preservada, mas nem sempre isso acontece. A sua poluição impede a sobrevivência daqueles seres, causando também graves conseqüências aos seres humanos.

A poluição da água indica que um ou mais de seus usos foram prejudicados, podendo atingir o homem de forma direta, pois ela é usada por este para ser bebida, para tomar banho, para lavar roupas e utensílios e, principalmente, para sua alimentação e dos animais domésticos. Além disso, abastece nossas cidades, sendo também utilizada nas indústrias e na irrigação de plantações. Por isso, a água deve ter aspecto limpo, pureza de gosto e estar isenta de microorganismos patogênicos, o que é conseguido através do seu tratamento, desde da retirada dos rios até a chegada nas residências urbanas ou rurais. A água de um rio é considerada de boa qualidade quando apresenta menos de mil coliformes fecais e menos de dez microorganismos patogênicos por litro (como aqueles causadores de verminoses, cólera, esquistossomose, febre tifóide, hepatite, leptospirose, poliomielite etc.). Portanto, para a água se manter nessas condições, deve-se evitar sua contaminação por resíduos, sejam eles agrícolas (de natureza química ou orgânica), esgotos, resíduos industriais, lixo ou sedimentos vindos da erosão.

Sobre a contaminação agrícola temos, no primeiro caso, os resíduos do uso de agrotóxicos (comum na agropecuária), que provêm de uma prática muitas vezes desnecessária ou intensiva nos campos, enviando grandes quantidades de substâncias tóxicas para os rios através das chuvas, o mesmo ocorrendo com a eliminação do esterco de animais criados em pastagens. No segundo caso, há o uso de adubos, muitas vezes exagerado, que acabam por ser carregados pelas chuvas aos rios locais, acarretando o aumento de nutrientes nestes pontos; isso propicia a ocorrência de uma explosão de bactérias decompositoras que consomem oxigênio, contribuindo ainda para diminuir a concentração do mesmo na água, produzindo sulfeto de hidrogênio, um gás de cheiro muito forte que, em grandes quantidades, é tóxico. Isso também afetaria as formas superiores de vida animal e vegetal, que utilizam o oxigênio na respiração, além das bactérias aeróbicas, que seriam impedidas de decompor a matéria orgânica sem deixar odores nocivos através do consumo de oxigênio.

Os resíduos gerados pelas indústrias, cidades e atividades agrícolas são sólidos ou líquidos, tendo um potencial de poluição muito grande. Os resíduos gerados pelas cidades, como lixo, entulhos e produtos tóxicos são carreados para os rios com a ajuda das chuvas. Os resíduos líquidos carregam poluentes orgânicos (que são mais fáceis de ser controlados do que os inorgânicos, quando em pequena quantidade). As indústrias produzem grande quantidade de resíduos em seus processos, sendo uma parte retida pelas instalações de tratamento da própria indústria, que retêm tanto resíduos sólidos quanto líquidos, e a outra parte despejada no ambiente. No processo de tratamento dos resíduos também é produzido outro resíduo chamado "chorume", líquido que precisa novamente de tratamento e controle. As cidades podem ser ainda poluídas pelas enxurradas, pelo lixo e pelo esgoto.

Enfim, a poluição das águas pode aparecer de vários modos, incluindo a poluição térmica, que é a descarga de efluentes a altas temperaturas, poluição física, que é a descarga de material em suspensão, poluição biológica, que é a descarga de bactérias patogênicas e vírus, e poluição química, que pode ocorrer por deficiência de oxigênio, toxidez e eutrofização .

A eutrofização é causada por processos de erosão e decomposição que fazem aumentar o conteúdo de nutrientes, aumentando a produtividade biológica, permitindo periódicas proliferações de algas, que tornam a água turva e com isso podem causar deficiência de oxigênio pelo seu apodrecimento, aumentando sua toxidez para os organismos que nela vivem (como os peixes, que aparecem mortos junto a espumas tóxicas).

A poluição de águas nos países ricos é resultado da maneira como a sociedade consumista está organizada para produzir e desfrutar de sua riqueza, progresso material e bem-estar. Já nos países pobres, a poluição é resultado da pobreza e da ausência de educação de seus habitantes, que, assim, não têm base para exigir os seus direitos de cidadãos, o que só tende a prejudicá-los, pois esta omissão na reivindicação de seus direitos leva à impunidade às indústrias, que poluem cada vez mais, e aos governantes, que também se aproveitam da ausência da educação do povo e, em geral, fecham os olhos para a questão, como se tal poluição não atingisse também a eles. A Educação Ambiental vem justamente resgatar a cidadania para que o povo tome consciência da necessidade da preservação do meio ambiente, que influi diretamente na manutenção da sua qualidade de vida.

Dentro desse contexto, uma grande parcela da contenção da "saúde das águas" cabe a nós, brasileiros, pois se a Terra parece o Planeta Água, o Brasil poderia ser considerado sua capital, já que é dotado de uma extensa rede de rios, e privilegiado por um clima excepcional, que assegura chuvas abundantes e regulares em quase todo seu território.

O Brasil dispõe de 15% de toda a água doce existente no mundo, ou seja, dos 113 trilhões de m3 disponíveis para a vida terrestre, 17 trilhões foram reservados ao nosso país. No processo de reciclagem, quase a totalidade dessa água é recolhida pelas nove grandes Bacias Hidrográficas aqui existentes. Como a água é necessária para dar continuidade ao crescimento econômico, as Bacias Hidrográficas passam a ser áreas geográficas de preocupação de todos os agentes e interesses públicos e privados, pois elas passam por várias cidades, propriedades agrícolas e indústrias. No entanto, a presença de alguns produtos químicos industriais e agrícolas (agrotóxicos) podem impedir a purificação natural da água (reciclagem) e, nesse caso, só a construção de sofisticados sistemas de tratamento permitiriam a retenção de compostos químicos nocivos à saúde humana, aos peixes e à vegetação.

Quanto melhor é a água de um rio, ou seja, quanto mais esforços forem feitos no sentido de que ela seja preservada (tendo como instrumento principal de conscientização da população a Educação Ambiental), melhor e mais barato será o tratamento desta e, com isso, a população só terá a ganhar. Mas parece que a preocupação dos técnicos em geral é sofisticar cada vez mais os tratamentos de água, ao invés de se aterem mais à preservação dos mananciais, de onde é retirada água pura. Este é o raciocínio - mais irracional - de que a técnica pode fazer tudo. Técnicas sofisticadíssimas estão sendo desenvolvidas para permitir a reutilização da água no abastecimento público, não percebendo que a ingestão de um líquido tratado com tal grau de sofisticação pode ser tudo, menos o alimento vital do qual o ser humano necessita. Ou seja, de que adianta o progresso se não há qualidade de vida? A única medida mitigadora possível para este problema, na situação grave em que o consumo da água se encontra, foi misturar e fornecer à população uma água de boa procedência com outra de procedência pior, cuidadosamente tratada e controlada. Vejam a que ponto tivemos que chegar.

Portanto, a meta imediata é preservar os poucos mananciais intactos que ainda restam para que o homem possa dispor de um reservatório de água potável para que possa sobreviver nos próximos milênios.

Texto: Dr.ª Sônia Lúcia Modesto Zampieron
Biólogo João Luís de Abreu VieiraAlguém já disse que uma das aventuras mais fascinantes é acompanhar o ciclo das águas na Natureza. Suas reservas no planeta são constantes, mas isso não é motivo para desperdiçá-la ou mesmo poluí-la. A água que usamos para os mais variados fins é sempre a mesma, ou seja, ela é responsável pelo funcionamento da grande máquina que é a vida na Terra; sendo tudo isto movido pela energia solar.

Vista do espaço, a Terra parece o Planeta Água, pois esta cobre 75% da superfície terrestre, formando os oceanos, rios, lagos etc. No entanto, somente uma pequenina parte dessa água - da ordem de 113 trilhões de m3 - está à disposição da vida na Terra. Apesar de parecer um número muito grande, a Terra corre o risco de não mais dispor de água limpa, o que em última análise significa que a grande máquina viva pode parar.

A água nunca é pura na Natureza, pois nela estão dissolvidos gases, sais sólidos e íons. Dentro dessa complexa mistura, há uma coleção variada de vida vegetal e animal, desde o fitoplâncton e o zooplâncton até a baleia azul (maior mamífero do planeta). Dentro dessa gama de variadas formas de vida, há organismos que dependem dela inclusive para completar seu ciclo de vida (como ocorre com os insetos). Enfim, a água é componente vital no sistema de sustentação da vida na Terra e por isso deve ser preservada, mas nem sempre isso acontece. A sua poluição impede a sobrevivência daqueles seres, causando também graves conseqüências aos seres humanos.

A poluição da água indica que um ou mais de seus usos foram prejudicados, podendo atingir o homem de forma direta, pois ela é usada por este para ser bebida, para tomar banho, para lavar roupas e utensílios e, principalmente, para sua alimentação e dos animais domésticos. Além disso, abastece nossas cidades, sendo também utilizada nas indústrias e na irrigação de plantações. Por isso, a água deve ter aspecto limpo, pureza de gosto e estar isenta de microorganismos patogênicos, o que é conseguido através do seu tratamento, desde da retirada dos rios até a chegada nas residências urbanas ou rurais. A água de um rio é considerada de boa qualidade quando apresenta menos de mil coliformes fecais e menos de dez microorganismos patogênicos por litro (como aqueles causadores de verminoses, cólera, esquistossomose, febre tifóide, hepatite, leptospirose, poliomielite etc.). Portanto, para a água se manter nessas condições, deve-se evitar sua contaminação por resíduos, sejam eles agrícolas (de natureza química ou orgânica), esgotos, resíduos industriais, lixo ou sedimentos vindos da erosão.

Sobre a contaminação agrícola temos, no primeiro caso, os resíduos do uso de agrotóxicos (comum na agropecuária), que provêm de uma prática muitas vezes desnecessária ou intensiva nos campos, enviando grandes quantidades de substâncias tóxicas para os rios através das chuvas, o mesmo ocorrendo com a eliminação do esterco de animais criados em pastagens. No segundo caso, há o uso de adubos, muitas vezes exagerado, que acabam por ser carregados pelas chuvas aos rios locais, acarretando o aumento de nutrientes nestes pontos; isso propicia a ocorrência de uma explosão de bactérias decompositoras que consomem oxigênio, contribuindo ainda para diminuir a concentração do mesmo na água, produzindo sulfeto de hidrogênio, um gás de cheiro muito forte que, em grandes quantidades, é tóxico. Isso também afetaria as formas superiores de vida animal e vegetal, que utilizam o oxigênio na respiração, além das bactérias aeróbicas, que seriam impedidas de decompor a matéria orgânica sem deixar odores nocivos através do consumo de oxigênio.

Os resíduos gerados pelas indústrias, cidades e atividades agrícolas são sólidos ou líquidos, tendo um potencial de poluição muito grande. Os resíduos gerados pelas cidades, como lixo, entulhos e produtos tóxicos são carreados para os rios com a ajuda das chuvas. Os resíduos líquidos carregam poluentes orgânicos (que são mais fáceis de ser controlados do que os inorgânicos, quando em pequena quantidade). As indústrias produzem grande quantidade de resíduos em seus processos, sendo uma parte retida pelas instalações de tratamento da própria indústria, que retêm tanto resíduos sólidos quanto líquidos, e a outra parte despejada no ambiente. No processo de tratamento dos resíduos também é produzido outro resíduo chamado "chorume", líquido que precisa novamente de tratamento e controle. As cidades podem ser ainda poluídas pelas enxurradas, pelo lixo e pelo esgoto.

Enfim, a poluição das águas pode aparecer de vários modos, incluindo a poluição térmica, que é a descarga de efluentes a altas temperaturas, poluição física, que é a descarga de material em suspensão, poluição biológica, que é a descarga de bactérias patogênicas e vírus, e poluição química, que pode ocorrer por deficiência de oxigênio, toxidez e eutrofização .

A eutrofização é causada por processos de erosão e decomposição que fazem aumentar o conteúdo de nutrientes, aumentando a produtividade biológica, permitindo periódicas proliferações de algas, que tornam a água turva e com isso podem causar deficiência de oxigênio pelo seu apodrecimento, aumentando sua toxidez para os organismos que nela vivem (como os peixes, que aparecem mortos junto a espumas tóxicas).

A poluição de águas nos países ricos é resultado da maneira como a sociedade consumista está organizada para produzir e desfrutar de sua riqueza, progresso material e bem-estar. Já nos países pobres, a poluição é resultado da pobreza e da ausência de educação de seus habitantes, que, assim, não têm base para exigir os seus direitos de cidadãos, o que só tende a prejudicá-los, pois esta omissão na reivindicação de seus direitos leva à impunidade às indústrias, que poluem cada vez mais, e aos governantes, que também se aproveitam da ausência da educação do povo e, em geral, fecham os olhos para a questão, como se tal poluição não atingisse também a eles. A Educação Ambiental vem justamente resgatar a cidadania para que o povo tome consciência da necessidade da preservação do meio ambiente, que influi diretamente na manutenção da sua qualidade de vida.

Dentro desse contexto, uma grande parcela da contenção da "saúde das águas" cabe a nós, brasileiros, pois se a Terra parece o Planeta Água, o Brasil poderia ser considerado sua capital, já que é dotado de uma extensa rede de rios, e privilegiado por um clima excepcional, que assegura chuvas abundantes e regulares em quase todo seu território.

O Brasil dispõe de 15% de toda a água doce existente no mundo, ou seja, dos 113 trilhões de m3 disponíveis para a vida terrestre, 17 trilhões foram reservados ao nosso país. No processo de reciclagem, quase a totalidade dessa água é recolhida pelas nove grandes Bacias Hidrográficas aqui existentes. Como a água é necessária para dar continuidade ao crescimento econômico, as Bacias Hidrográficas passam a ser áreas geográficas de preocupação de todos os agentes e interesses públicos e privados, pois elas passam por várias cidades, propriedades agrícolas e indústrias. No entanto, a presença de alguns produtos químicos industriais e agrícolas (agrotóxicos) podem impedir a purificação natural da água (reciclagem) e, nesse caso, só a construção de sofisticados sistemas de tratamento permitiriam a retenção de compostos químicos nocivos à saúde humana, aos peixes e à vegetação.

Quanto melhor é a água de um rio, ou seja, quanto mais esforços forem feitos no sentido de que ela seja preservada (tendo como instrumento principal de conscientização da população a Educação Ambiental), melhor e mais barato será o tratamento desta e, com isso, a população só terá a ganhar. Mas parece que a preocupação dos técnicos em geral é sofisticar cada vez mais os tratamentos de água, ao invés de se aterem mais à preservação dos mananciais, de onde é retirada água pura. Este é o raciocínio - mais irracional - de que a técnica pode fazer tudo. Técnicas sofisticadíssimas estão sendo desenvolvidas para permitir a reutilização da água no abastecimento público, não percebendo que a ingestão de um líquido tratado com tal grau de sofisticação pode ser tudo, menos o alimento vital do qual o ser humano necessita. Ou seja, de que adianta o progresso se não há qualidade de vida? A única medida mitigadora possível para este problema, na situação grave em que o consumo da água se encontra, foi misturar e fornecer à população uma água de boa procedência com outra de procedência pior, cuidadosamente tratada e controlada. Vejam a que ponto tivemos que chegar.

Portanto, a meta imediata é preservar os poucos mananciais intactos que ainda restam para que o homem possa dispor de um reservatório de água potável para que possa sobreviver nos próximos milênios.

Texto: Dr.ª Sônia Lúcia Modesto Zampieron
Biólogo João Luís de Abreu VieiraAlguém já disse que uma das aventuras mais fascinantes é acompanhar o ciclo das águas na Natureza. Suas reservas no planeta são constantes, mas isso não é motivo para desperdiçá-la ou mesmo poluí-la. A água que usamos para os mais variados fins é sempre a mesma, ou seja, ela é responsável pelo funcionamento da grande máquina que é a vida na Terra; sendo tudo isto movido pela energia solar.

Vista do espaço, a Terra parece o Planeta Água, pois esta cobre 75% da superfície terrestre, formando os oceanos, rios, lagos etc. No entanto, somente uma pequenina parte dessa água - da ordem de 113 trilhões de m3 - está à disposição da vida na Terra. Apesar de parecer um número muito grande, a Terra corre o risco de não mais dispor de água limpa, o que em última análise significa que a grande máquina viva pode parar.

A água nunca é pura na Natureza, pois nela estão dissolvidos gases, sais sólidos e íons. Dentro dessa complexa mistura, há uma coleção variada de vida vegetal e animal, desde o fitoplâncton e o zooplâncton até a baleia azul (maior mamífero do planeta). Dentro dessa gama de variadas formas de vida, há organismos que dependem dela inclusive para completar seu ciclo de vida (como ocorre com os insetos). Enfim, a água é componente vital no sistema de sustentação da vida na Terra e por isso deve ser preservada, mas nem sempre isso acontece. A sua poluição impede a sobrevivência daqueles seres, causando também graves conseqüências aos seres humanos.

A poluição da água indica que um ou mais de seus usos foram prejudicados, podendo atingir o homem de forma direta, pois ela é usada por este para ser bebida, para tomar banho, para lavar roupas e utensílios e, principalmente, para sua alimentação e dos animais domésticos. Além disso, abastece nossas cidades, sendo também utilizada nas indústrias e na irrigação de plantações. Por isso, a água deve ter aspecto limpo, pureza de gosto e estar isenta de microorganismos patogênicos, o que é conseguido através do seu tratamento, desde da retirada dos rios até a chegada nas residências urbanas ou rurais. A água de um rio é considerada de boa qualidade quando apresenta menos de mil coliformes fecais e menos de dez microorganismos patogênicos por litro (como aqueles causadores de verminoses, cólera, esquistossomose, febre tifóide, hepatite, leptospirose, poliomielite etc.). Portanto, para a água se manter nessas condições, deve-se evitar sua contaminação por resíduos, sejam eles agrícolas (de natureza química ou orgânica), esgotos, resíduos industriais, lixo ou sedimentos vindos da erosão.

Sobre a contaminação agrícola temos, no primeiro caso, os resíduos do uso de agrotóxicos (comum na agropecuária), que provêm de uma prática muitas vezes desnecessária ou intensiva nos campos, enviando grandes quantidades de substâncias tóxicas para os rios através das chuvas, o mesmo ocorrendo com a eliminação do esterco de animais criados em pastagens. No segundo caso, há o uso de adubos, muitas vezes exagerado, que acabam por ser carregados pelas chuvas aos rios locais, acarretando o aumento de nutrientes nestes pontos; isso propicia a ocorrência de uma explosão de bactérias decompositoras que consomem oxigênio, contribuindo ainda para diminuir a concentração do mesmo na água, produzindo sulfeto de hidrogênio, um gás de cheiro muito forte que, em grandes quantidades, é tóxico. Isso também afetaria as formas superiores de vida animal e vegetal, que utilizam o oxigênio na respiração, além das bactérias aeróbicas, que seriam impedidas de decompor a matéria orgânica sem deixar odores nocivos através do consumo de oxigênio.

Os resíduos gerados pelas indústrias, cidades e atividades agrícolas são sólidos ou líquidos, tendo um potencial de poluição muito grande. Os resíduos gerados pelas cidades, como lixo, entulhos e produtos tóxicos são carreados para os rios com a ajuda das chuvas. Os resíduos líquidos carregam poluentes orgânicos (que são mais fáceis de ser controlados do que os inorgânicos, quando em pequena quantidade). As indústrias produzem grande quantidade de resíduos em seus processos, sendo uma parte retida pelas instalações de tratamento da própria indústria, que retêm tanto resíduos sólidos quanto líquidos, e a outra parte despejada no ambiente. No processo de tratamento dos resíduos também é produzido outro resíduo chamado "chorume", líquido que precisa novamente de tratamento e controle. As cidades podem ser ainda poluídas pelas enxurradas, pelo lixo e pelo esgoto.

Enfim, a poluição das águas pode aparecer de vários modos, incluindo a poluição térmica, que é a descarga de efluentes a altas temperaturas, poluição física, que é a descarga de material em suspensão, poluição biológica, que é a descarga de bactérias patogênicas e vírus, e poluição química, que pode ocorrer por deficiência de oxigênio, toxidez e eutrofização .

A eutrofização é causada por processos de erosão e decomposição que fazem aumentar o conteúdo de nutrientes, aumentando a produtividade biológica, permitindo periódicas proliferações de algas, que tornam a água turva e com isso podem causar deficiência de oxigênio pelo seu apodrecimento, aumentando sua toxidez para os organismos que nela vivem (como os peixes, que aparecem mortos junto a espumas tóxicas).

A poluição de águas nos países ricos é resultado da maneira como a sociedade consumista está organizada para produzir e desfrutar de sua riqueza, progresso material e bem-estar. Já nos países pobres, a poluição é resultado da pobreza e da ausência de educação de seus habitantes, que, assim, não têm base para exigir os seus direitos de cidadãos, o que só tende a prejudicá-los, pois esta omissão na reivindicação de seus direitos leva à impunidade às indústrias, que poluem cada vez mais, e aos governantes, que também se aproveitam da ausência da educação do povo e, em geral, fecham os olhos para a questão, como se tal poluição não atingisse também a eles. A Educação Ambiental vem justamente resgatar a cidadania para que o povo tome consciência da necessidade da preservação do meio ambiente, que influi diretamente na manutenção da sua qualidade de vida.

Dentro desse contexto, uma grande parcela da contenção da "saúde das águas" cabe a nós, brasileiros, pois se a Terra parece o Planeta Água, o Brasil poderia ser considerado sua capital, já que é dotado de uma extensa rede de rios, e privilegiado por um clima excepcional, que assegura chuvas abundantes e regulares em quase todo seu território.

O Brasil dispõe de 15% de toda a água doce existente no mundo, ou seja, dos 113 trilhões de m3 disponíveis para a vida terrestre, 17 trilhões foram reservados ao nosso país. No processo de reciclagem, quase a totalidade dessa água é recolhida pelas nove grandes Bacias Hidrográficas aqui existentes. Como a água é necessária para dar continuidade ao crescimento econômico, as Bacias Hidrográficas passam a ser áreas geográficas de preocupação de todos os agentes e interesses públicos e privados, pois elas passam por várias cidades, propriedades agrícolas e indústrias. No entanto, a presença de alguns produtos químicos industriais e agrícolas (agrotóxicos) podem impedir a purificação natural da água (reciclagem) e, nesse caso, só a construção de sofisticados sistemas de tratamento permitiriam a retenção de compostos químicos nocivos à saúde humana, aos peixes e à vegetação.

Quanto melhor é a água de um rio, ou seja, quanto mais esforços forem feitos no sentido de que ela seja preservada (tendo como instrumento principal de conscientização da população a Educação Ambiental), melhor e mais barato será o tratamento desta e, com isso, a população só terá a ganhar. Mas parece que a preocupação dos técnicos em geral é sofisticar cada vez mais os tratamentos de água, ao invés de se aterem mais à preservação dos mananciais, de onde é retirada água pura. Este é o raciocínio - mais irracional - de que a técnica pode fazer tudo. Técnicas sofisticadíssimas estão sendo desenvolvidas para permitir a reutilização da água no abastecimento público, não percebendo que a ingestão de um líquido tratado com tal grau de sofisticação pode ser tudo, menos o alimento vital do qual o ser humano necessita. Ou seja, de que adianta o progresso se não há qualidade de vida? A única medida mitigadora possível para este problema, na situação grave em que o consumo da água se encontra, foi misturar e fornecer à população uma água de boa procedência com outra de procedência pior, cuidadosamente tratada e controlada. Vejam a que ponto tivemos que chegar.

Portanto, a meta imediata é preservar os poucos mananciais intactos que ainda restam para que o homem possa dispor de um reservatório de água potável para que possa sobreviver nos próximos milênios.

Texto: Dr.ª Sônia Lúcia Modesto Zampieron
Biólogo João Luís de Abreu Vieira

quinta-feira, 20 de maio de 2010

recilcar para salvar o planeta

planeta terra o video

vv

planeta terra

Terra

Terra Earth symbol.svg

Terra
A Terra vista da Apollo 17.
Características orbitais
Raio orbital médio: 149.597.870,691 km
Periélio: 0,983 UA
Afélio: 1,017 UA
Excentricidade: 0,01671022
Período orbital: 365 dias, 6 horas e 9 minutos

9,548 segundos (sideral)

Velocidade orbital média: 29,7847 km/s
Inclinação: 0,00005°
Satélites naturais: 1 (a Lua)
Características físicas
Diâmetro equatorial: 12.756,27249\, km
Área da superfície: 5,10072\times 10^8\, km^2
Massa: 5,9742\times 10^{24}\, kg
Densidade média: 5,515\, g/cm^3
Aceleração gravítica á superfície: 9,8062\, m/s^2 (lat. 45°, alt. 0)
Velocidade de escape: 11,18\, km/s
Período de rotação: 23h 56m e 4,09966s (sideral)
Inclinação axial: 23,45°
Albedo: 37-39%
Temperatura á superfície:
min méd máx
184 K 282 K 333 K
Atmosfera
Pressão atmosférica: 101,325 kPa
Composição: 78,08% de Nitrogênio
20,95% de Oxigênio
0,93% de Argônio
0,038% de Dióxido de carbono
Traços de vapor de Água

A Terra é o terceiro planeta a partir do Sol. É o quinto maior e mais massivo dos oito planetas do Sistema Solar, sendo o maior e o mais massivo dos quatro planetas rochosos. Além disso, é também o corpo celeste mais denso do Sistema Solar. A Terra também é chamada de Mundo ou Planeta Azul.

Abrigo de milhões de espécies de seres vivos,[1] que incluem os humanos, a Terra é o único lugar no universo onde a existência de vida é conhecida. O planeta formou-se 4,54 bilhões (mil milhões) de anos atrás,[2][3][4][5] e as primeiras evidências de vida surgiram um bilhão de anos depois. Desde então, a biosfera terrestre alterou significantemente a atmosfera do planeta, permitindo a proliferação de organismos aeróbicos, bem como a formação de uma camada de ozônio. Esta, em conjunto com o campo magnético terrestre, absorve as ondas do espectro eletromagnético perigosos à vida (raios gama, X e a maior parte da radiação ultravioleta), permitindo a vida no planeta.[6] As propriedades físicas do planeta, bem como sua história geológica e sua órbita, permitiram que a vida persistisse durante este período. Acredita-se que a Terra poderá suportar vida por outros 1,5 bilhão (mil milhões) de anos. Após este perído, o brilho do Sol terá aumentado, aumentando a temperatura no planeta, tornando o suporte da biosfera insuportável.[7]

A crosta terrestre é dividida em vários segmentos rígidos, chamados de placas tectônicas, que migram gradualmente ao longo da superfície terrestre com o tempo. Cerca de 71% da superfície da Terra está coberta por oceanos de água salgada, com o restante consistindo de continentes e ilhas. Água no estado líquido, necessário para a manutenção da vida como se conhece, não foi descoberta em nenhum outro corpo celeste no universo.[nota 1][nota 2] O interior da Terra permanece ativa, com um manto espesso relativamente sólido, um núcleo externo líquido, e um núcleo interno sólido, composto primariamente de ferro e níquel.

A Terra interage com outros objetos no espaço, incluindo o Sol e a Lua. No presente, a Terra orbita o Sol uma vez para cada 366,26 rotações. Isto é o chamado ano sideral, que equivale a 365,26 dias solares.[nota 3] O eixo de rotação da Terra possui uma inclinação de 23,4°, em relação ao seu plano orbital,[10] produzindo as estações do ano. A Lua é o único satélite natural conhecido da Terra, tendo orbitado o planeta desde 4,53 bilhões de anos atrás. A Lua é responsável pelas marés, e estabiliza a inclinação do eixo terrestre, além de diminuir gradualmente a rotação do planeta. Entre 4,1 e 3,8 bilhões (mil milhões) de anos atrás, durante o intenso bombardeio tardio, impactos de asteroides causaram mudanças significantes na superfície terrestre.

Os recursos minerais da Terra, em conjunto com os produtos da biosfera, fornecem recursos que são utilizados para suportar uma população humana em escala global. Os habitantes da Terra estão agrupados em cerca de 200 estados soberanos, que interagem entre si via diplomacia, viagem, comércio e ação militar. As culturas humanas desenvolveram várias crenças sobre o planeta, incluindo personificação como uma deidade, crença na Terra plana, ou que a Terra é o centro do universo, e uma perspectiva moderna do mundo como um ambiente integrado que requer administração adequada.

Índice

[esconder]

[editar] Características físicas

[editar] Estrutura da Terra

O interior da Terra, assim como o interior de outros planetas telúricos, é dividido por critérios químicos em uma camada externa (crosta) de silício, um manto altamente viscoso, e um núcleo que consiste de uma porção sólida envolvida por uma pequena camada líquida. Esta camada líquida dá origem a um campo magnético devido à convecção de seu material, eletricamente condutor.

O material do interior da Terra encontra frequentemente a possibilidade de chegar à superfície, através de erupções vulcânicas e fendas oceânicas. Muito da superfície terrestre é relativamente novo, tendo menos de 100 milhões de anos; as partes mais velhas da crosta terrestre têm até 4,4 mil milhões de anos.

Camadas terrestres, a partir da superfície:

Tomada por inteiro, a Terra possui, aproximadamente, a seguinte composição em massa:

O interior da Terra atinge temperaturas de 5.270 K. O calor interno do planeta foi gerado inicialmente durante sua formação, e calor adicional é constantemente gerado pelo decaimento de elementos radioativos como urânio, tório, e potássio. O fluxo de calor do interior para a superfície é pequeno se comparado à energia recebida pelo Sol (a razão é de 1/20k).

Camadas geológicas da Terra[11]
Crosta-terrestre-corte-portugues.svg

Corte do interior terrestre, do núcleo para a exosfera. Sem escala.
Profundidade[12]
km
Camada Densidade
g/cm³
0–60 Litosfera[13]
0–35 Crosta[14] 2.2–2.9
35–60 Manto superior 3.4–4.4
35–2890 Manto 3.4–5.6
100–700 Astenosfera
2890–5100 Núcleo externo 9.9–12.2
5100–6378 Núcleo interno 12.8–13.1

[editar] Núcleo

A massa específica média da Terra é de 5,515 toneladas por metro cúbico, fazendo dela o planeta mais denso no Sistema Solar. Uma vez que a massa específica do material superficial da Terra é apenas cerca de 3000 quilogramas por metro cúbico, deve-se concluir que materiais mais densos existem nas camadas internas da Terra (devem ter uma densidade de cerca de 8.000 quilogramas por metro cúbico). Em seus primeiros momentos de existência, há cerca de 4,5 bilhões de anos, a Terra era formada por materiais líquidos ou pastosos, e devido à ação da gravidade os objetos muito densos foram sendo empurrados para o interior do planeta (o processo é conhecido como diferenciação planetária), enquanto que materiais menos densos foram trazidos para a superfície. Como resultado, o núcleo é composto em grande parte por ferro (80%), e de alguma quantidade de níquel e silício. Outros elementos, como o chumbo e o urânio, são muitos raros para serem considerados, ou tendem a se ligar a elementos mais leves, permanecendo então na crosta.

O núcleo é dividido em duas partes: o núcleo sólido, interno e com raio de cerca de 1.250 km, e o núcleo líquido, que envolve o primeiro. O núcleo sólido é composto, segundo se acredita, primariamente por ferro e um pouco de níquel. Alguns argumentam que o núcleo interno pode estar na forma de um único cristal de ferro. Já o núcleo líquido deve ser composto de ferro líquido e níquel líquido (a combinação é chamada NiFe), com traços de outros elementos. Estima-se que realmente seja líquido, pois não tem capacidade de transmitir certas ondas sísmicas. A convecção desse núcleo líquido, associada a agitação causada pelo movimento de rotação da Terra, seria responsável por fazer aparecer o campo magnético terrestre, através de um processo conhecido como teoria do dínamo. O núcleo sólido tem temperaturas muito elevadas para manter um campo magnético (veja temperatura Curie), mas provavelmente estabiliza o campo magnético gerado pelo núcleo líquido.

Evidências recentes sugerem que o núcleo interno da Terra pode girar mais rápido do que o restante do planeta, a cerca de 2 graus por ano.

Tanto entre a crosta e o manto como entre o manto e o núcleo existem zonas intermediárias de separação, as chamadas descontinuidades.

[editar] Manto

O manto estende-se desde cerca de 30 km e por uma profundidade de 2900 km. A pressão na parte inferior do mesmo é da ordem de 1,4 milhões de atmosferas. É composto por substâncias ricas em ferro e magnésio. Também apresenta características físicas diferentes da crosta. O material de que é composto o manto pode apresentar-se no estado sólido ou como uma pasta viscosa, em virtude das pressões elevadas. Porém, ao contrário do que se possa imaginar, a tendência em áreas de alta pressão é que as rochas mantenham-se sólidas, pois assim ocupam menos espaço físico do que os líquidos. Além disso, a constituição dos materiais de cada camada do manto tem seu papel na determinação do estado físico local.

A viscosidade no manto superior (astenosfera) varia entre 1021 a 1024 pascal segundo, dependendo da profundidade. Portanto, o manto superior pode deslocar-se vagarosamente. As temperaturas do manto variam de 100 graus Celsius (na parte que faz interface com a crosta) até 3500 graus Celsius (na parte que faz interface com o núcleo).

[editar] Crosta

A crosta (que forma a maior parte da litosfera) tem uma extensão variável de acordo com a posição geográfica. Em alguns lugares chega a atingir 70 km, mas geralmente estende-se por aproximadamente 30 km de profundidade. É composta basicamente por silicatos de alumínio, sendo por isso também chamada de SiAl.

Placas tectônicas da Terra[15]
Plates tect2 en.svg

Mapa ilustrandos as maiores placas da Terra.
Nome da placa Área
106 km²
Placa Africana 61,3
Placa antártica 60,9
Placa australiana 47,2
Placa euro-asiática 67,8
Placa norte-americana 75,9
Placa sul-americana 43,6
Placa do pacífico 103,3

Existem doze tipos de crosta, sendo os dois principais a oceânica e a continental, sendo bastante diferentes em diversos aspectos.

A crosta oceânica, devido ao processo de expansão do assoalho oceânico e da subducção de placas, é relativamente muito nova, sendo a crosta oceânica mais antiga datada de 160 Ma, no oeste do pacífico. É de composição basáltica e é cobertas por sedimentos pelágicos e possuem em média 7 km de espessura.

A crosta continental é composta de rochas félsicas a ultramáficas, tendo composição média granodiorítica e espessura média entre 30 e 40 km nas regiões tectonicamente estáveis (crátons), e entre 60 a 80 km nas cadeias montanhosas como os Himalaias e os Andes. As rochas mais antigas possuem até 3,96 Ma e existem rochas novas ainda em formação.

A fronteira entre manto e crosta envolve dois eventos físicos distintos. O primeiro é a descontinuidade de Mohorovicic (ou Moho) que ocorre em virtude da diferença de composição entre camadas rochosas (a superior contendo feldspato triclínico e a inferior, sem o mesmo). O segundo evento é uma descontinuidade química que foi observada a partir da obdução de partes da crosta oceânica.

[editar] Superfície

O terreno da superfície terrestre varia significantemente de região para região. Cerca de 70,8% [16] da superfície terrestre é coberta por água, com muito da plataforma continental localizado abaixo do nível do mar. A superfície submergida possui características montanhosas, incluindo um sistema dorsal oceânica global, bem como vulcões oceânicos,[17], fossas oceânicas, vales oceânicos, planaltos oceânicos e planícies abissais. Os 29,2% restantes não coberto por água consistem de montanhas, desertos, planícies, planaltos e outras geomorfologias.

Altimetria e batimetria da Terra atual.

O formato da superfície da Terra muda gradualmente ao longo de períodos geológicos, devido aos efeitos da erosão e das placas tectônicas. Características geológicas criadas ou deformadas pelas placas tectônicas estão sujeitos a condições tais como precipitação, ciclos termais e efeitos químicos, bem como a geleiras, erosão litoral, recifes de corais e impactos de grandes meteoritos, que constantemente modelam o terreno da superfície terrestre.[18]

A pedosfera é a camada mais externa da Terra que é composta por solo, e é sujeita a pedogênese. A pedosfera é modelada através da interação da litosfera, da atmosfera, da hidrosfera e da biosfera. No presente, cerca de 13,31% da superfície de terra firme do planeta é arável, com apenas 4,71% suportando cultivos permanentes.[19] Cerca de 40% da terra firme é utilizada para pastura e cultivo, com 3,4×107 km² utilizados para pastura e 1,3×107 km² utilizados para cultivo.[20]

A elevação dos terrenos em terra firme variam a um mínimo de −418 m no Mar Morto para 8 848 m no topo do Monte Everest. A altura média da superfície localizada acima do nível do mar é de 840 m..[21]

[editar] Formação do planeta Terra

O planeta teria se formado pela agregação de poeira cósmica em rotação, aquecendo-se depois, por meio de violentas reações químicas. O aumento da massa agregada e da gravidade catalisou impactos de corpos maiores. Essa mesma força gravitacional possibilitou a retenção de gases constituindo uma atmosfera primitiva. Os processos de formação do planeta Terra são a acreção, diferenciação e desintegração radioactiva.

O envoltório atmosférico primordial atuou como isolante térmico, criando o ambiente na qual se processou a fusão dos materiais terrestres. Os elementos mais densos e pesados, como o ferro e o níquel, migraram para o interior; os mais leves localizaram-se nas proximidades da superfície. Dessa forma, constituiu-se a estrutura interna do planeta,[22] com a distinção entre o núcleo, manto e crosta (litosfera). O conhecimento dessa estrutura deve-se à propagação de ondas sísmicas geradas pelos terremotos. Tais ondas, medidas por sismógrafos, variam de velocidade ao longo do seu percurso até a superfície, o que prova que o planeta possui estrutura interna heterogênea, ou seja, as camadas internas possuem densidade e temperatura distintas.

Animação mostrando separação da Pangeia.

A partir do resfriamento superficial do magma, consolidaram-se as primeiras rochas, chamadas magmáticas ou ígneas, dando origem a estrutura geológica denominado escudos cristalinos ou maciços antigos. Formou-se, assim, a litosfera ou crosta terrestre. A liberação de gases decorrente da volatização da matéria sólida devido a altas temperaturas e também, posteriormente, devido ao resfriamento, originou a atmosfera, responsável pela ocorrência das primeiras chuvas e pela formação de lagos e mares nas áreas rebaixadas. Assim, iniciou-se o processo de intemperismo (decomposição das rochas) responsável pela formação dos solos e conseqüente início da erosão e da sedimentação.

As partículas minerais que compõem os solos, transportados pela água, dirigiram-se, ao longo do tempo, para as depressões que foram preenchidas com esses sedimentos, constituindo as primeiras bacias sedimentares (bacias sedimentares são depressões da crosta, de origem diversa, preenchidas, ou em fase de preenchimento, por material de natureza sedimentar), e, com a sedimentação (compactação), as rochas sedimentares. No decorrer desse processo, as elevações primitivas (pré-cambrianas) sofreram enorme desgaste pela ação dos agentes externos, sendo gradativamente rebaixadas. Hoje, apresentam altitudes modestas e formas arredondadas pela intensa erosão, constituindo as serras conhecidas no Brasil como serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço, e, em outros países, os Montes Apalaches (EUA), os Alpes Escandinavos (Suécia e Noruega), os Montes Urais (Rússia), etc. Os escudos cristalinos ou maciços antigos apresentam disponibilidade de minerais metálicos (ferro, manganês, cobre), sendo por isso, bastante explorados economicamente.

Nos dobramentos terciários podem haver qualquer tipo de minério. O carvão mineral e o petróleo são comumente encontrados nas bacias sedimentares. Já os dobramentos modernos são os grandes alinhamentos montanhosos que se formaram no contato entre as placas tectônicas em virtude do seu deslocamento a partir do período Terciário da era Cenozóica, como os Alpes (sistema de cordilheiras na Europa que ocupa parte da Áustria, Eslovênia, Itália, Suíça, Liechtenstein, Alemanha e França), os Andes (a oeste da América do Sul), o Himalaia (norte do subcontinente indiano), e as Montanhas Rochosas.

[editar] Habitabilidade

Diagrama mostrando a zona habitável em estrelas de massas diferentes. O Sistema Solar está no centro. Não em escala.

Um planeta "habitável" é aquele que pode sustentar vida, mesmo que esta não tenha originado-se no planeta em questão. A Terra fornece as condições necessárias, que são água no estado líquido, um ambiente onde moléculas orgânicas complexas podem ser produzidos e acumuladas, e energia suficiente para sustentar metabolismo.[23] A distância da Terra para o Sol, bem como sua excentricidade orbital, taxa de rotação, inclinação, história geológica, sua atmosfera e seu campo magnético protetor, todos contribuíram para produzir e manter as condições necessárias que deram origem e sustento à vida no planeta.[24]

[editar] Biosfera

Planisfério evidenciando as regiões terrestres e marinhas de maior produtividade.

A Terra é o único local onde se sabe existir vida. O conjunto de sistemas vivos (compostos pelos seres e pelo ambiente) do planeta é por vezes chamado de biosfera. A biosfera provavelmente apareceu há 3,5 bilhões de anos. Divide-se em biomas, habitados por fauna e flora peculiares. Nas áreas continentais os biomas são separados primariamente pela latitude (e indiretamente, pelo clima). Os biomas localizados nas áreas do pólo norte e do pólo sul são pobres em plantas e animais, enquanto que na linha do Equador encontram-se os biomas mais ricos. O estudo da biosfera é fundamentalmente o estudo do seres vivos e sua distribuição pela superfície terrestre. A biosfera contém inúmeros ecossistemas (conjunto formado pelos animais e vegetais em harmonia com os outros elementos naturais).

[editar] Recursos naturais e uso

A Terra fornece recursos que são exploráveis pela espécie humana para várias utilidades. Alguns destes recursos são não-renováveis, tais como combustíveis fósseis, recursos difíceis de serem reabastecidos em um período curto de tempo.

Grandes depósitos de combustíveis fósseis existem na crosta terrestre, consistindo de carvão, petróleo, gás natural e clatrato de metano. Estes depósitos são utilizados pela humanidade tanto para produção de energia quanto para a manufatura de outras substâncias químicas. Vários depósitos de minerais também formaram-se na crosta terrestre, via gênese de minério, processo resultante de erosão e das placas tectônicas.[25] Estes depósitos contém fontes concentradas de vários metais e outros elementos químicos úteis.

A biosfera terrestre produz vários produtos biológicos úteis para a humanidade, incluindo, mas não limitado a, comida, madeira, produtos farmacêuticos, oxigênio, e reciclagem de vários lixos orgânicos. O ecossistema em áreas terrestre depende da existência de um solo e de água potável, e o ecossistema oceânico depende de nutrientes dissolvidos provenientes de regiões terrestres do planeta.[26]

O uso de áreas terrestres pela humanidade, em 1993, era de:

Uso da terra Percentagem
Terra arável 13,13%[19]
Cultivo permanente 4,71%[19]
Pasto permanente 26%
Florestas 32%
Áreas urbanas 1,5%
Outro 30%

A área estimada de terra irrigada em 1993 era de 2 481 250 km².[19]

[editar] Perigos naturais e ambientais

Várias áreas do planeta estão sujeitos a condições climáticas extremas, tais como ciclones tropicais, furacões ou tufões, que dominam a vida nestas áreas. Várias regiões estão sujeitas a terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas, tornados, tempestades de neve, inundações, secas prolongadas, e outras calamidades e desastres naturais.

Muitas áreas localizadas estão sujeitas a poluição e outros desastres causados pela atividade humana, tal como poluição da atmosfera e de fontes de água, chuva ácida, perda de vegetação (via desflorestação e desertificação), perda de vida selvagem e extinção de várias espécies, degradação do solo, erosão e introdução de espécies invasoras.

Um consenso científico existe, que liga o aquecimento global com atividades humanas, mais especificamente, as emissões de dióxido de carbono industrial. Prevê-se que o aquecimento global produzirá mudanças tais como a derretimento das geleiras e das camadas de gelos, diferenças de temperatura mais extremas, mudanças significantes nas condições do tempo, e um aumento do nível médio do mar.[27]

[editar] Atmosfera

Atmosfera terrestre vista do espaço.

A Terra possui uma atmosfera, cuja pressão na superfície é, em média, de 101,325 kPa, com uma escala de altitude de 8,5 km.[28] A atmosfera terrestre é composta de 78% nitrogênio e 21% oxigênio, possuindo traços de vapor de água, dióxido de carbono e outras moléculas gasosas. A atmosfera terrestre é composta por diferentes camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera, organizados em ordem crescente de distância da superfície terrestre.

A biosfera terrestre alterou significantemente a atmosfera da Terra, desde sua formação. O surgimento da fotossíntese, 2,7 bilhões de anos atrás permitiu a criação de uma atmosfera composta primariamente de oxigênio e nitrogênio. Esta mudança permitiu a proliferação de organismos aeróbicos, bem como a formação de uma camada de ozônio. Esta bloqueia raios ultravioleta do Sol, permitindo a existência de vida na Terra. Outras funções atmosféricas importantes à vida na Terra incluem o transporte de vapor de água, fornecimento de gases úteis à sociedade humana, proteção contra meteoros (visto que a maioria desintegram-se devido ao intenso calor na entrada atmosférica antes de impactar-se na superfície terrestre), e moderação da temperatura.[29] Este último fenômeno é conhecido como o efeito estufa: traços de gases na atmosfera absorvem a energia térmica emitida da superfície, aumentando a temperatura média do planeta. Dióxido de carbono, vapor de água, metano e ozônio são os principais gases do efeito estufa na atmosfera terrestre. Sem o efeito estufa, a temperatura média na superfície terrestre seria de −18 °C, e a vida provavelmente não existiria.[16]

[editar] Troposfera

A troposfera é a camada atmosférica mais próxima da superfície terrestre. Sua espessura varia com a latitude, variando entre 8 km nos pólos para 17 km no equador, com variações devido ao tempo e às estações.[30] A atmosfera terrestre não possua um limite exterior, tornando-se cada vez menos densa e dispersando-se no espaço. A maioria da massa da atmosfera terrestre - aproximadamente 75% - está contida na troposfera. A energia do Sol aquece esta camada, e a superfície abaixo, causando a expansão do ar, e diminuindo sua densidade. Com isso, este ar sobe, e é substituída por ar resfriado e mais denso, provenientes de altitudes mais altas. O resultado é a circulação atmosférica, que gera o tempo e o clima no planeta, através da redistribuição da energia de calor.[31]

As principais bandas de circulação atmosférica consistem de alísios na região equatorial (entre as latitudes N/S 30°) e de ventos do oeste nas latitudes entre 30° e 60°.[32] Correntes oceânicas também são importantes fatores na determinação dos parâmetros climáticos, especialmente a circulação termoalina, que distribui a energia de calor dos oceanos equatoriais para as regiões polares.[33]

Fontes de massas de ar.

O vapor de água criado através da evaporação de água no estado líquido é transportado pela circulação atmosférica para outras regiões. Quando as condições atmosféricas permitem que ar quente e húmido suba para partes mais superiores da troposfera, o vapor de água condensa em nuvens, e volta à superfície via precipitação.[31] A maioria desta água é então transportada para regiões mais baixas da superfície terrestre, via rios, geralmente retornando para os oceanos, ou depositados em lagos. Este ciclo, o ciclo da água, é um mecanismo vital no suporte da vida na Terra, e é um fator causativo primário da erosão de características da superfície terrestre com o tempo. A precipitação varia com a região, variando de vários metros de água por ano para menos de um milímetro. Esta variação é determinada pela circulação atmosférica, características topológicas e diferenças de tempertatura.[34]

A Terra pode ser sub-dividida em vários cinturões latitudionais contendo climas aproximadamente homogêneos. Estes são os climas tropicais, sub-tropicais, temperados e polares.[35] O clima também pode ser classificado pela temperatura e pela precipitação, com as regiões climáticas caracterizadas por massas de ar relativamente uniformes. Um sistema que utiliza este método é a classificação climática de Köppen, que possui cinco grupos: tropicais húmidos, árido, húmido de latitude moderada, continental e polar frio, que estão divididas em sub-grupos mais específicos.[32]

[editar] Camadas superiores

A Lua parcialmente obscurecida pela atmosfera terrestre.

Acima da troposfera, a atmosfera é, no geral, organizada nas seguintes camadas: estratosfera, mesosfera e termosfera.[29] Cada uma destas camadas possui seu próprio gradiente adiabático, definindo a mudança de temperatura com a altitude. Além destas camadas, localiza-se a exosfera, que dispersa-se na magnetosfera. A última é a camada onde o campo magnético terrestre interage com o vento solar.[36] Nesta região, distingue-se a camada de ozônio, um componente da estratosfera que absorve uma parcela significante da radiação ultravioleta solar. Não há uma fronteira definida entre a atmosfera e o espaço, com a termosfera estendendo-se até cerca de 500 km. Porém, a linha de Kármán, uma região 100 km acima da superfície terrestre, é utilizada como uma definição de fronteira entre a atmosfera e o espaço.[37]

Algumas moléculas nos limites superiores da atmosfera terrestre obtém velocidade suficiente para escapar da gravidade terrestre, via energia térmica. Isto resulta na perda gradual e constante de gases para o espaço. Este processo ocorre com mais facilidade com hidrogênio (H2), devido à sua baixa massa molecular, tornando mais fácil a obtenção de velocidade de escape. Como resultado, a taxa de perda de hidrogênio é maior do que a de outros gases.[38] A perda de hidrogênio para o espaço é um dos fatores que contribuíram na mudança da Terra, de um estado redutor para um estado oxidante. A fotossíntese forneceu uma fonte de oxigênio livre, mas acredita-se que a perda de agentes redutores como o hidrogênio foi um fator necessário para a acumulação de oxigênio na atmosfera terrestre.[39] Assim sendo, o escape de hidrogênio pode ter influenciado a natureza da vida que desenvolveu-se no planeta.[40] Na atual atmosfera rica em oxigênio, a maior parte do hidrogênio livre é convertida em água antes de ter uma oportunidade de escapar. Ao invés disso, a principal causa da perda de hidrogênio na atmosfera é através da decomposição de metano nas regiões superiores da atmosfera.[41]

[editar] Campo magnético

Diagrama do campo magnético terrestre, que assemelha-se a um dipolo.

O campo magnético terrestre possui aproximadamente o formato de um dipolo magnético, com os pólos presentemente localizados próximos aos pólos geográficos do planeta. De acordo com a teoria do dínamo, o campo magnético terrestre é gerado dentro do núcleo exterior derretido, onde o calor faz com que o material desta camada circule via convecção, gerando correntes elétricas. Este, por sua vez, produzem o campo magnético terrestre. A convecção no núcleo externo é caótica por natureza, e seu alinhamento muda periodicamente com o tempo. Isto resulta na reversão geomagnética em intervalos irregulares dos pólos magnéticos terrestres, com a média sendo a cada milhão de anos. A reversão mais recente ocorreu há aproximadamente 700 mil anos atrás.[42][43]

O campo magnético cria a magnetosfera terrestre, que desvia as partículas do vento solar. O sotavento do bow shock está localizado a 13 raios terrestres. A colisão com o campo magnético e o vento solar forma os cinturões de Van Allen, um par de toros onde partículas carregadas estão concentradas. O plasma do vento solar que entra na atmosfera terrestre via os pólos magnéticos cria as auroras boreais vistas nas regiões polares.[44]

[editar] Geografia

  • A área total da Terra é de aproximadamente 510 milhões de km², dos quais 149 milhões são de terras firmes e 361 milhões são de água.
  • As linhas costeiras (litorais) da Terra somam cerca de 356 milhões de km.

[editar] Hidrosfera

Histograma de elevação da superfície da terra — cerca de 71 % da superfície da Terra é coberta por água.

A Terra é o único planeta do Sistema Solar que contém uma superfície com água. A água cobre 71% da Terra (sendo que disso 97% é água do mar e 3% é água doce mas grande parte destes 3% encontram-se nos calotes polares e nos lençóis freáticos). A água proporciona, através de 5 oceanos, a divisão dos 6 continentes, sendo cinco povoados (América, Ásia, Europa, África e Oceania) e um praticamente despovoado (Antártida). Fatores que combinaram-se para fazer da Terra um planeta líquido são: órbita solar, vulcanismo, gravidade, efeito estufa, campo magnético e a presença de uma atmosfera rica em oxigênio.

[editar] Rotação e translação

[editar] Rotação

A inclinação axial terrestre e sua relação com o eixo de rotação e o plano orbital.

O período de rotação da Terra relativo ao Sol (um dia solar) é 86 400 segundos de tempo solar. Estes segundos são um pouco maiores do que um segundo da unidade internacional porque o dia solar da Terra, no presente, é um pouco mais longa do que era durante o século XIX, devido à aceleração da maré.[45]

A rotação da Terra relativa às estrelas fixas, chamada de um "dia estelar" de acordo com o Serviço Internacional da Rotação da Terra, é de 86 164,098903691 segundos de tempo solar médio (UT1), ou 23 horas, 56 minutos, 4,098903691 segundos.[46][nota 4] O período de rotação da Terra relativo à precessão, chamada de dia sideral, é de 86 164,09053083288 segundos de tempo solar médio, ou 23 horas, 56 minutos, 4,09053083288 segundos.[46] Visto assim, o dia sideral é menor do que o dia estelar por 8,4 milisegundos.[47]

Não incluindo meteoros dentro da atmosfera terrestre e satélites artificiais, a moção aparente dos corpos celestes no céu terrestre está voltado para o oeste, a uma taxa de 15°/h = 15'/min. Isto é equivalente ao diâmetro aparente do Sol ou da Lua a cada dois minutos.[48][49]

[editar] Órbita

A Terra orbita o Sol a uma distância média de cerca de 150 milhões de quilômetros, a cada 365,2564 dias solares médios, ou um ano sideral. Da Terra, isto dá ao Sol um movimento aparente em direção a leste, com respeito às estrelas de fundo, a uma taxa de 1°/dia, ou um diâmetro aparente do Sol ou da Lua a cada 12 horas. Por causa desta moção, a Terra toma em média 24 horas para completar uma rotação em torno de seu eixo de modo a fazer com que o Sol retorne ao meridiano. A velocidade orbital média da Terra é de 30 km/s (108 000 km/h), rápido o suficiente para cobrir o diâmetro do planeta (aproximadamente 12 600 km) em sete minutos, e a distância entre a Terra e a Lua (de 384 000 km) em quatro horas.[28]

A Lua orbita a Terra em torno de um baricentro comum, a cada 27,32 dias, relativo às estrelas de fundo. Em conjunto com a revolução comum do sistema Terra-Lua em torno do Sol, o período do mês sinódico, de uma Lua Nova para outra, é de 29,53 dias. Vista do pólo norte celeste, a moção da Terra, da Lua, e suas rotações axiais, são todas anti-horárias. Quando o sistema Terra-Lua-Sol é vista do espaço, em uma posição acima dos pólos nortes dos três corpos celestes, a direção aparente da translação terrestre em torno do Sol é anti-horária. Os planos orbitais e axiais não estão precisamente alinhados: a Terra possui uma inclinação axial de 23,5 graus, perpendicular ao sistema Terra-Sol, e o plano Terra-Lua possui uma inclinação de 5 graus, em relação ao plano Terra-Sol. Na ausência desta inclinação, eclipses ocorreriam a cada duas semanas, alternando entre eclipses lunares e solares.[28][50]

O raio da esfera de Hill, ou a esfera de influência gravitacional, da Terra, é de 1,5 Gm (1 500 000 km).[51][nota 5] Esta é a distância máxima dentro do qual a influência da gravidade da Terra é maior do que a influência da gravidade do Sol e de outros planetas. Objetos orbitando a Terra precisam ficar dentro desta esfera, ou suas órbitas poderão ser pertubadas pela gravidade do Sol.

Ilustração da Via Láctea, mostrando a localização do Sol.

A Terra, em conjunto com o Sistema Solar, está localizado dentro da galáxia Via Láctea, orbitando a cerca de 28 000 anos-luz do centro da galáxia. Presentemente, o Sistema Solar está localizado a 20 anos-luz acima do plano equatorial da galáxia, no Braço de Órion.[52]

[editar] Inclinação axial

Devido à inclinação axial da Terra, a quantidade de luz solar recebida por um ponto qualquer da superfície terrestre varia ao longo do ano. Isto resulta na variação sazonal do clima, com verões no hemisfério norte ocorrendo quando o pólo está voltado ao Sol, e o inverno ocorrendo quando o pólo está voltado contra o Sol. No hemisfério sul, a situação é revertida, visto que o pólo sul está orientado na direção oposta do pólo norte. Durante o verão, os dias são mais longos, e o Sol sobe mais alto no céu. Durante o inverno, o clima torna-se no geral mais frio, e os dias mais curtos. As diferenças sazonais aumentam à medida em que se viaja em direção aos pólos, com os maiores extremos ocorrendo acima do Círculo Polar Ártico e abaixo do Círculo Polar Antártico, durante o qual tais regiões não recebem luz solar durante parte do ano.

Imagem da Terra e a Lua de Marte, tomada pela Mars Reconnaissance Orbiter. Do espaço, a Terra pode passar por fases similares à da Lua.

Por convenção astronômica, as quatro estações do ano são determinadas pelo solstício - o ponto de maior inclinação axial na órbita terrestre - e os equinócios, quando a direção da inclinação axial e a direção ao Sol são perpendiculares. O solstício de inverno ocorre em 21 de dezembro, o solstício de verão em 21 de junho, o equinócio de primavera em 20 de março, e o equinócio de outono em 23 de setembro.[53]

O ângulo da inclinação axial da Terra é relativamente estável, durante longos períodos de tempo. Porém, esta inclinação passa por nutação - um movimento ligeiramente irregular, com um período médio de 18,6 anos. A orientação do ângulo também muda com o tempo, com uma precessão de 25 800 anos. Esta precessão causa a diferença entre um ano sideral e um ano tropical. Ambas as moções são causadas pela atração gravitacional variável do Sol e da Terra no achatamento equatorial do planeta. Os pólos terrestres também migram alguns metros por ano ao longo da superfície do planeta. Esta movimento polar possui vários componentes cíclicos, que são chamados coletivamente de movimento quasi-periódico. Além do componente anual deste movimento, existe um ciclo de 14 meses, chamado de bamboleio de Chandler. A velocidade de rotação da Terra também varia, em um fenômeno chamado de variação do comprimento do dia.[54]

Em tempos modernos, o perélio da Terra ocorre em 3 de janeiro, e o afélio em torno de 4 de julho. Porém, estas datas mudam ao longo dos tempos, devido à precessão e outros fatores orbitais, que seguem padrões cíclicos conhecidos como ciclos de Milankovitch. A distância variável entre a Terra e o Sol resulta em um aumento de 6,9%[55] na energia solar alcançando a Terra no perélio, relativo ao afélio. Visto que o hemisfério sul da Terra está inclinado em direção ao Sol aproximadamente no mesmo período do perélio, a quantidade de energia solar recebida pelo hemisfério sul é ligeiramente maior do que a recebida pelo hemisfério norte, ao longo de um ano. Porém, este efeito é muito menos significante do que a mudança de energia total recebida por dadas áreas do planeta devido à inclinação axial, e a maioria deste excesso é absorvida pela maior proporção de água existente no hemisfério sul.[56]

[editar] Lua

Características
Diâmetro 3 474,8 km
2 159,2 mi
Massa 7,349×1022 kg
8,1×1019 (short) tons
Eixo semi-maior 384,400 km
238 700 mi
Período orbital 27 d 7 h 43,7 m

A Lua é um satélite natural, relativamente grande e similar a um planeta telúrico. Possui um diâmetro um quarto o da Terra. É o maior satélite do Sistema Solar, relativo ao tamanho de seu planeta. Porém, Caronte possui um maior tamanho relativo, em comparação ao planeta anão que orbita, Plutão. Os satélites naturais orbitando outros planetas são chamados de "luas", em referência à Lua da Terra.

A atração gravitacional entre a Terra e a Lua causa as marés na Terra. Este efeito também possui cria efeitos de maré na Lua, efeitos que levaram ao acoplamento de maré da última: o período de rotação e o período de translação da Lua são iguais. Como resultado, visto da Terra, apenas um lado da Lua é observado. À medida em que a Lia orbita a Terra, diferentes partes da Lua são iluminadas pelo Sol, criando as fases lunares: a parte escura da Lua é separada da parte visível pelo terminador.

Devido à interação de marés, a Lua tem afastado-se da Terra a uma taxsa de 38 milímetros por ano. Ao longo de milhñes de anos, estas pequenas modificações - e o aumento da duração de um dia terrestre em cerca de 23 milisegundos - criam mudanças significativas.[57] Durante o devoniano, por exemplo (há cerca de 410 milhões de anos atrás), um ano terrestre possuía 400 dias, com cada dia durando 21,8 horas.[58]

A Lua pode ter afetado drasticamente o desenvolvimento da vida, através da moderação do clima do planeta. Evidência paleontológica e simulações de computador mostram que a inclinação axial do planeta é estabilizado pelas interações de maré com a Lua.[59]

Alguns teoristas acreditam que, caso esta estabilização não estivesse presente, balanceando o torque exercido pelo Sol e os planetas no achatamento equatorial da Terra, que o eixo de rotação da última poderia ser caoticamente instável, levando a mudanças caóticas ao longo de milhões de anos, como aparenta ser o caso em Marte.[60] Se o eixo de rotação da Terra aproximasse-se da eclíptica (como é o caso em Urano), tempo extremamente severo poderia resultar, devido às diferenças sazonais extremas. Um pólo estaria apontando diretamente em direção ao Sol durante o "verão", e diretamente contra durante o "inverno". Cientistas planetários que estudaram este efeito argumentaram que isto poderia exterminar todos os grandes animais e as formas mais complexas de flora.[61] Porém, este é um tópico controverso, e estudos de Marte - que possui um período de rotação e inclinação axial similar o da Terra, e não possui um grande satélite ou um núcleo líquido - poderá esclarecer o assunto.

A Lua está localizada a uma distância da Terra que permite que, quando visto da última, que a primeira tenha um diâmetro aparente aproximadamente igual o do Sol. Este parâmetro, o diâmetro angular, é bastante similar entre os dois corpos, visto que, apesar de possuir um diâmetro real cerca de 400 vezes maior do que a Lua, o Sol também está localizado 400 vezes mais distante da Terra do que a Lua.

Representação em escala dos tamanhos relativos, e da distância média, entre a Terra e a Lua.

A teoria mais aceita da origem da Lua, o big splash, argumenta que a Lua formou-se após a colisão de um protoplaneta (chamado de "Teia") com o tamanho de Marte com a Terra. Esta hipótese explica a menor abundância de ferro e elementos voláteis na Lua (em relação à Terra), e o fato de que a composição da Lua é bastante similar o da crosta terrestre, além de outros fatores.[62]

A Terra possui ao menos dois quasi-satélites, 3753 Cruithne e 2002 AA29.[63]

[editar] A Terra na cultura humana

A primeira foto tomada de um "nascer da Terra", da Apollo 8.

Ao contrário de outros planetas no Sistema Solar, o nome da Terra não origina-se de um Deus grego ou romano. A palavra deriva do latim terra, com o significado de solo e, por extensão, região, país. [64]

[65] O nome inglês é de origem anglo-saxônica, da antiga palavra erda, que significa "solo" ou "terra". Esta palavra tornou-se eorthe no inglês antigo, e erthe no inglês médio, e posteriomente, "earth" no inglês moderno.[66] O símbolo astronômico da Terra é uma cruz envolvida por um círculo.[67]

A Terra foi personificada em várias culturas como uma deidade, em particular, como uma deusa. Em várias culturas, a deusa mãe, também chamada de Terra Mãe, é uma deidade da fertilidade. Vários mitos de criação possuem histórias envolvendo a criação da Terra por uma ou mais deidades supernaturais. Uma variedade de grupos religiosos, diversas vezes associados com ramos do protestantismo [68] e do islão,[69] argumentam que suas interpretações destes mitos de criação em seus textos sagrados dizem a verdade literal da criação do planeta, e deveriam ser ensinadas com ou no lugar dos argumentos científicos da criação da Terra e do desenvolvimento da Terra.[70] A comunidade científica, bem como outros grupos religiosos, opõem-se a estes argumentos.[71][72][73][74][75] Um exemplo proeminente é a controvérsia entre criacionismo e evolução.

No passado, a hipótese que da Terra plana era prevalente,[76] embora este conceito tenha sido substituído pela Terra esférica devido a observação e circunavegação da Terra.[77] A perspectiva humana da Terra tem mudado desde as primeiras viagens espaciais, e biosfera terrestre é observada atualmente primariamente através de uma perspectiva global e integrada.[78][79] Um exemplo é o crescimento do movimento ambiental, preocupado com as consequências das atividades humanas no planeta.[80]

[editar]

Terra

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Terra Earth symbol.svg

Terra
A Terra vista da Apollo 17.
Características orbitais
Raio orbital médio: 149.597.870,691 km
Periélio: 0,983 UA
Afélio: 1,017 UA
Excentricidade: 0,01671022
Período orbital: 365 dias, 6 horas e 9 minutos

9,548 segundos (sideral)

Velocidade orbital média: 29,7847 km/s
Inclinação: 0,00005°
Satélites naturais: 1 (a Lua)
Características físicas
Diâmetro equatorial: 12.756,27249\, km
Área da superfície: 5,10072\times 10^8\, km^2
Massa: 5,9742\times 10^{24}\, kg
Densidade média: 5,515\, g/cm^3
Aceleração gravítica á superfície: 9,8062\, m/s^2 (lat. 45°, alt. 0)
Velocidade de escape: 11,18\, km/s
Período de rotação: 23h 56m e 4,09966s (sideral)
Inclinação axial: 23,45°
Albedo: 37-39%
Temperatura á superfície:
min méd máx
184 K 282 K 333 K
Atmosfera
Pressão atmosférica: 101,325 kPa
Composição: 78,08% de Nitrogênio
20,95% de Oxigênio
0,93% de Argônio
0,038% de Dióxido de carbono
Traços de vapor de Água

A Terra é o terceiro planeta a partir do Sol. É o quinto maior e mais massivo dos oito planetas do Sistema Solar, sendo o maior e o mais massivo dos quatro planetas rochosos. Além disso, é também o corpo celeste mais denso do Sistema Solar. A Terra também é chamada de Mundo ou Planeta Azul.

Abrigo de milhões de espécies de seres vivos,[1] que incluem os humanos, a Terra é o único lugar no universo onde a existência de vida é conhecida. O planeta formou-se 4,54 bilhões (mil milhões) de anos atrás,[2][3][4][5] e as primeiras evidências de vida surgiram um bilhão de anos depois. Desde então, a biosfera terrestre alterou significantemente a atmosfera do planeta, permitindo a proliferação de organismos aeróbicos, bem como a formação de uma camada de ozônio. Esta, em conjunto com o campo magnético terrestre, absorve as ondas do espectro eletromagnético perigosos à vida (raios gama, X e a maior parte da radiação ultravioleta), permitindo a vida no planeta.[6] As propriedades físicas do planeta, bem como sua história geológica e sua órbita, permitiram que a vida persistisse durante este período. Acredita-se que a Terra poderá suportar vida por outros 1,5 bilhão (mil milhões) de anos. Após este perído, o brilho do Sol terá aumentado, aumentando a temperatura no planeta, tornando o suporte da biosfera insuportável.[7]

A crosta terrestre é dividida em vários segmentos rígidos, chamados de placas tectônicas, que migram gradualmente ao longo da superfície terrestre com o tempo. Cerca de 71% da superfície da Terra está coberta por oceanos de água salgada, com o restante consistindo de continentes e ilhas. Água no estado líquido, necessário para a manutenção da vida como se conhece, não foi descoberta em nenhum outro corpo celeste no universo.[nota 1][nota 2] O interior da Terra permanece ativa, com um manto espesso relativamente sólido, um núcleo externo líquido, e um núcleo interno sólido, composto primariamente de ferro e níquel.

A Terra interage com outros objetos no espaço, incluindo o Sol e a Lua. No presente, a Terra orbita o Sol uma vez para cada 366,26 rotações. Isto é o chamado ano sideral, que equivale a 365,26 dias solares.[nota 3] O eixo de rotação da Terra possui uma inclinação de 23,4°, em relação ao seu plano orbital,[10] produzindo as estações do ano. A Lua é o único satélite natural conhecido da Terra, tendo orbitado o planeta desde 4,53 bilhões de anos atrás. A Lua é responsável pelas marés, e estabiliza a inclinação do eixo terrestre, além de diminuir gradualmente a rotação do planeta. Entre 4,1 e 3,8 bilhões (mil milhões) de anos atrás, durante o intenso bombardeio tardio, impactos de asteroides causaram mudanças significantes na superfície terrestre.

Os recursos minerais da Terra, em conjunto com os produtos da biosfera, fornecem recursos que são utilizados para suportar uma população humana em escala global. Os habitantes da Terra estão agrupados em cerca de 200 estados soberanos, que interagem entre si via diplomacia, viagem, comércio e ação militar. As culturas humanas desenvolveram várias crenças sobre o planeta, incluindo personificação como uma deidade, crença na Terra plana, ou que a Terra é o centro do universo, e uma perspectiva moderna do mundo como um ambiente integrado que requer administração adequada.

Índice

[esconder]

[editar] Características físicas

[editar] Estrutura da Terra

O interior da Terra, assim como o interior de outros planetas telúricos, é dividido por critérios químicos em uma camada externa (crosta) de silício, um manto altamente viscoso, e um núcleo que consiste de uma porção sólida envolvida por uma pequena camada líquida. Esta camada líquida dá origem a um campo magnético devido à convecção de seu material, eletricamente condutor.

O material do interior da Terra encontra frequentemente a possibilidade de chegar à superfície, através de erupções vulcânicas e fendas oceânicas. Muito da superfície terrestre é relativamente novo, tendo menos de 100 milhões de anos; as partes mais velhas da crosta terrestre têm até 4,4 mil milhões de anos.

Camadas terrestres, a partir da superfície:

Tomada por inteiro, a Terra possui, aproximadamente, a seguinte composição em massa:

O interior da Terra atinge temperaturas de 5.270 K. O calor interno do planeta foi gerado inicialmente durante sua formação, e calor adicional é constantemente gerado pelo decaimento de elementos radioativos como urânio, tório, e potássio. O fluxo de calor do interior para a superfície é pequeno se comparado à energia recebida pelo Sol (a razão é de 1/20k).

Camadas geológicas da Terra[11]
Crosta-terrestre-corte-portugues.svg

Corte do interior terrestre, do núcleo para a exosfera. Sem escala.
Profundidade[12]
km
Camada Densidade
g/cm³
0–60 Litosfera[13]
0–35 Crosta[14] 2.2–2.9
35–60 Manto superior 3.4–4.4
35–2890 Manto 3.4–5.6
100–700 Astenosfera
2890–5100 Núcleo externo 9.9–12.2
5100–6378 Núcleo interno 12.8–13.1

[editar] Núcleo

A massa específica média da Terra é de 5,515 toneladas por metro cúbico, fazendo dela o planeta mais denso no Sistema Solar. Uma vez que a massa específica do material superficial da Terra é apenas cerca de 3000 quilogramas por metro cúbico, deve-se concluir que materiais mais densos existem nas camadas internas da Terra (devem ter uma densidade de cerca de 8.000 quilogramas por metro cúbico). Em seus primeiros momentos de existência, há cerca de 4,5 bilhões de anos, a Terra era formada por materiais líquidos ou pastosos, e devido à ação da gravidade os objetos muito densos foram sendo empurrados para o interior do planeta (o processo é conhecido como diferenciação planetária), enquanto que materiais menos densos foram trazidos para a superfície. Como resultado, o núcleo é composto em grande parte por ferro (80%), e de alguma quantidade de níquel e silício. Outros elementos, como o chumbo e o urânio, são muitos raros para serem considerados, ou tendem a se ligar a elementos mais leves, permanecendo então na crosta.

O núcleo é dividido em duas partes: o núcleo sólido, interno e com raio de cerca de 1.250 km, e o núcleo líquido, que envolve o primeiro. O núcleo sólido é composto, segundo se acredita, primariamente por ferro e um pouco de níquel. Alguns argumentam que o núcleo interno pode estar na forma de um único cristal de ferro. Já o núcleo líquido deve ser composto de ferro líquido e níquel líquido (a combinação é chamada NiFe), com traços de outros elementos. Estima-se que realmente seja líquido, pois não tem capacidade de transmitir certas ondas sísmicas. A convecção desse núcleo líquido, associada a agitação causada pelo movimento de rotação da Terra, seria responsável por fazer aparecer o campo magnético terrestre, através de um processo conhecido como teoria do dínamo. O núcleo sólido tem temperaturas muito elevadas para manter um campo magnético (veja temperatura Curie), mas provavelmente estabiliza o campo magnético gerado pelo núcleo líquido.

Evidências recentes sugerem que o núcleo interno da Terra pode girar mais rápido do que o restante do planeta, a cerca de 2 graus por ano.

Tanto entre a crosta e o manto como entre o manto e o núcleo existem zonas intermediárias de separação, as chamadas descontinuidades.

[editar] Manto

O manto estende-se desde cerca de 30 km e por uma profundidade de 2900 km. A pressão na parte inferior do mesmo é da ordem de 1,4 milhões de atmosferas. É composto por substâncias ricas em ferro e magnésio. Também apresenta características físicas diferentes da crosta. O material de que é composto o manto pode apresentar-se no estado sólido ou como uma pasta viscosa, em virtude das pressões elevadas. Porém, ao contrário do que se possa imaginar, a tendência em áreas de alta pressão é que as rochas mantenham-se sólidas, pois assim ocupam menos espaço físico do que os líquidos. Além disso, a constituição dos materiais de cada camada do manto tem seu papel na determinação do estado físico local.

A viscosidade no manto superior (astenosfera) varia entre 1021 a 1024 pascal segundo, dependendo da profundidade. Portanto, o manto superior pode deslocar-se vagarosamente. As temperaturas do manto variam de 100 graus Celsius (na parte que faz interface com a crosta) até 3500 graus Celsius (na parte que faz interface com o núcleo).

[editar] Crosta

A crosta (que forma a maior parte da litosfera) tem uma extensão variável de acordo com a posição geográfica. Em alguns lugares chega a atingir 70 km, mas geralmente estende-se por aproximadamente 30 km de profundidade. É composta basicamente por silicatos de alumínio, sendo por isso também chamada de SiAl.

Placas tectônicas da Terra[15]
Plates tect2 en.svg

Mapa ilustrandos as maiores placas da Terra.
Nome da placa Área
106 km²
Placa Africana 61,3
Placa antártica 60,9
Placa australiana 47,2
Placa euro-asiática 67,8
Placa norte-americana 75,9
Placa sul-americana 43,6
Placa do pacífico 103,3

Existem doze tipos de crosta, sendo os dois principais a oceânica e a continental, sendo bastante diferentes em diversos aspectos.

A crosta oceânica, devido ao processo de expansão do assoalho oceânico e da subducção de placas, é relativamente muito nova, sendo a crosta oceânica mais antiga datada de 160 Ma, no oeste do pacífico. É de composição basáltica e é cobertas por sedimentos pelágicos e possuem em média 7 km de espessura.

A crosta continental é composta de rochas félsicas a ultramáficas, tendo composição média granodiorítica e espessura média entre 30 e 40 km nas regiões tectonicamente estáveis (crátons), e entre 60 a 80 km nas cadeias montanhosas como os Himalaias e os Andes. As rochas mais antigas possuem até 3,96 Ma e existem rochas novas ainda em formação.

A fronteira entre manto e crosta envolve dois eventos físicos distintos. O primeiro é a descontinuidade de Mohorovicic (ou Moho) que ocorre em virtude da diferença de composição entre camadas rochosas (a superior contendo feldspato triclínico e a inferior, sem o mesmo). O segundo evento é uma descontinuidade química que foi observada a partir da obdução de partes da crosta oceânica.

[editar] Superfície

O terreno da superfície terrestre varia significantemente de região para região. Cerca de 70,8% [16] da superfície terrestre é coberta por água, com muito da plataforma continental localizado abaixo do nível do mar. A superfície submergida possui características montanhosas, incluindo um sistema dorsal oceânica global, bem como vulcões oceânicos,[17], fossas oceânicas, vales oceânicos, planaltos oceânicos e planícies abissais. Os 29,2% restantes não coberto por água consistem de montanhas, desertos, planícies, planaltos e outras geomorfologias.

Altimetria e batimetria da Terra atual.

O formato da superfície da Terra muda gradualmente ao longo de períodos geológicos, devido aos efeitos da erosão e das placas tectônicas. Características geológicas criadas ou deformadas pelas placas tectônicas estão sujeitos a condições tais como precipitação, ciclos termais e efeitos químicos, bem como a geleiras, erosão litoral, recifes de corais e impactos de grandes meteoritos, que constantemente modelam o terreno da superfície terrestre.[18]

A pedosfera é a camada mais externa da Terra que é composta por solo, e é sujeita a pedogênese. A pedosfera é modelada através da interação da litosfera, da atmosfera, da hidrosfera e da biosfera. No presente, cerca de 13,31% da superfície de terra firme do planeta é arável, com apenas 4,71% suportando cultivos permanentes.[19] Cerca de 40% da terra firme é utilizada para pastura e cultivo, com 3,4×107 km² utilizados para pastura e 1,3×107 km² utilizados para cultivo.[20]

A elevação dos terrenos em terra firme variam a um mínimo de −418 m no Mar Morto para 8 848 m no topo do Monte Everest. A altura média da superfície localizada acima do nível do mar é de 840 m..[21]

[editar] Formação do planeta Terra

O planeta teria se formado pela agregação de poeira cósmica em rotação, aquecendo-se depois, por meio de violentas reações químicas. O aumento da massa agregada e da gravidade catalisou impactos de corpos maiores. Essa mesma força gravitacional possibilitou a retenção de gases constituindo uma atmosfera primitiva. Os processos de formação do planeta Terra são a acreção, diferenciação e desintegração radioactiva.

O envoltório atmosférico primordial atuou como isolante térmico, criando o ambiente na qual se processou a fusão dos materiais terrestres. Os elementos mais densos e pesados, como o ferro e o níquel, migraram para o interior; os mais leves localizaram-se nas proximidades da superfície. Dessa forma, constituiu-se a estrutura interna do planeta,[22] com a distinção entre o núcleo, manto e crosta (litosfera). O conhecimento dessa estrutura deve-se à propagação de ondas sísmicas geradas pelos terremotos. Tais ondas, medidas por sismógrafos, variam de velocidade ao longo do seu percurso até a superfície, o que prova que o planeta possui estrutura interna heterogênea, ou seja, as camadas internas possuem densidade e temperatura distintas.

Animação mostrando separação da Pangeia.

A partir do resfriamento superficial do magma, consolidaram-se as primeiras rochas, chamadas magmáticas ou ígneas, dando origem a estrutura geológica denominado escudos cristalinos ou maciços antigos. Formou-se, assim, a litosfera ou crosta terrestre. A liberação de gases decorrente da volatização da matéria sólida devido a altas temperaturas e também, posteriormente, devido ao resfriamento, originou a atmosfera, responsável pela ocorrência das primeiras chuvas e pela formação de lagos e mares nas áreas rebaixadas. Assim, iniciou-se o processo de intemperismo (decomposição das rochas) responsável pela formação dos solos e conseqüente início da erosão e da sedimentação.

As partículas minerais que compõem os solos, transportados pela água, dirigiram-se, ao longo do tempo, para as depressões que foram preenchidas com esses sedimentos, constituindo as primeiras bacias sedimentares (bacias sedimentares são depressões da crosta, de origem diversa, preenchidas, ou em fase de preenchimento, por material de natureza sedimentar), e, com a sedimentação (compactação), as rochas sedimentares. No decorrer desse processo, as elevações primitivas (pré-cambrianas) sofreram enorme desgaste pela ação dos agentes externos, sendo gradativamente rebaixadas. Hoje, apresentam altitudes modestas e formas arredondadas pela intensa erosão, constituindo as serras conhecidas no Brasil como serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço, e, em outros países, os Montes Apalaches (EUA), os Alpes Escandinavos (Suécia e Noruega), os Montes Urais (Rússia), etc. Os escudos cristalinos ou maciços antigos apresentam disponibilidade de minerais metálicos (ferro, manganês, cobre), sendo por isso, bastante explorados economicamente.

Nos dobramentos terciários podem haver qualquer tipo de minério. O carvão mineral e o petróleo são comumente encontrados nas bacias sedimentares. Já os dobramentos modernos são os grandes alinhamentos montanhosos que se formaram no contato entre as placas tectônicas em virtude do seu deslocamento a partir do período Terciário da era Cenozóica, como os Alpes (sistema de cordilheiras na Europa que ocupa parte da Áustria, Eslovênia, Itália, Suíça, Liechtenstein, Alemanha e França), os Andes (a oeste da América do Sul), o Himalaia (norte do subcontinente indiano), e as Montanhas Rochosas.

[editar] Habitabilidade

Diagrama mostrando a zona habitável em estrelas de massas diferentes. O Sistema Solar está no centro. Não em escala.

Um planeta "habitável" é aquele que pode sustentar vida, mesmo que esta não tenha originado-se no planeta em questão. A Terra fornece as condições necessárias, que são água no estado líquido, um ambiente onde moléculas orgânicas complexas podem ser produzidos e acumuladas, e energia suficiente para sustentar metabolismo.[23] A distância da Terra para o Sol, bem como sua excentricidade orbital, taxa de rotação, inclinação, história geológica, sua atmosfera e seu campo magnético protetor, todos contribuíram para produzir e manter as condições necessárias que deram origem e sustento à vida no planeta.[24]

[editar] Biosfera

Planisfério evidenciando as regiões terrestres e marinhas de maior produtividade.

A Terra é o único local onde se sabe existir vida. O conjunto de sistemas vivos (compostos pelos seres e pelo ambiente) do planeta é por vezes chamado de biosfera. A biosfera provavelmente apareceu há 3,5 bilhões de anos. Divide-se em biomas, habitados por fauna e flora peculiares. Nas áreas continentais os biomas são separados primariamente pela latitude (e indiretamente, pelo clima). Os biomas localizados nas áreas do pólo norte e do pólo sul são pobres em plantas e animais, enquanto que na linha do Equador encontram-se os biomas mais ricos. O estudo da biosfera é fundamentalmente o estudo do seres vivos e sua distribuição pela superfície terrestre. A biosfera contém inúmeros ecossistemas (conjunto formado pelos animais e vegetais em harmonia com os outros elementos naturais).

[editar] Recursos naturais e uso

A Terra fornece recursos que são exploráveis pela espécie humana para várias utilidades. Alguns destes recursos são não-renováveis, tais como combustíveis fósseis, recursos difíceis de serem reabastecidos em um período curto de tempo.

Grandes depósitos de combustíveis fósseis existem na crosta terrestre, consistindo de carvão, petróleo, gás natural e clatrato de metano. Estes depósitos são utilizados pela humanidade tanto para produção de energia quanto para a manufatura de outras substâncias químicas. Vários depósitos de minerais também formaram-se na crosta terrestre, via gênese de minério, processo resultante de erosão e das placas tectônicas.[25] Estes depósitos contém fontes concentradas de vários metais e outros elementos químicos úteis.

A biosfera terrestre produz vários produtos biológicos úteis para a humanidade, incluindo, mas não limitado a, comida, madeira, produtos farmacêuticos, oxigênio, e reciclagem de vários lixos orgânicos. O ecossistema em áreas terrestre depende da existência de um solo e de água potável, e o ecossistema oceânico depende de nutrientes dissolvidos provenientes de regiões terrestres do planeta.[26]

O uso de áreas terrestres pela humanidade, em 1993, era de:

Uso da terra Percentagem
Terra arável 13,13%[19]
Cultivo permanente 4,71%[19]
Pasto permanente 26%
Florestas 32%
Áreas urbanas 1,5%
Outro 30%

A área estimada de terra irrigada em 1993 era de 2 481 250 km².[19]

[editar] Perigos naturais e ambientais

Várias áreas do planeta estão sujeitos a condições climáticas extremas, tais como ciclones tropicais, furacões ou tufões, que dominam a vida nestas áreas. Várias regiões estão sujeitas a terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas, tornados, tempestades de neve, inundações, secas prolongadas, e outras calamidades e desastres naturais.

Muitas áreas localizadas estão sujeitas a poluição e outros desastres causados pela atividade humana, tal como poluição da atmosfera e de fontes de água, chuva ácida, perda de vegetação (via desflorestação e desertificação), perda de vida selvagem e extinção de várias espécies, degradação do solo, erosão e introdução de espécies invasoras.

Um consenso científico existe, que liga o aquecimento global com atividades humanas, mais especificamente, as emissões de dióxido de carbono industrial. Prevê-se que o aquecimento global produzirá mudanças tais como a derretimento das geleiras e das camadas de gelos, diferenças de temperatura mais extremas, mudanças significantes nas condições do tempo, e um aumento do nível médio do mar.[27]

[editar] Atmosfera

Atmosfera terrestre vista do espaço.

A Terra possui uma atmosfera, cuja pressão na superfície é, em média, de 101,325 kPa, com uma escala de altitude de 8,5 km.[28] A atmosfera terrestre é composta de 78% nitrogênio e 21% oxigênio, possuindo traços de vapor de água, dióxido de carbono e outras moléculas gasosas. A atmosfera terrestre é composta por diferentes camadas: troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera, organizados em ordem crescente de distância da superfície terrestre.

A biosfera terrestre alterou significantemente a atmosfera da Terra, desde sua formação. O surgimento da fotossíntese, 2,7 bilhões de anos atrás permitiu a criação de uma atmosfera composta primariamente de oxigênio e nitrogênio. Esta mudança permitiu a proliferação de organismos aeróbicos, bem como a formação de uma camada de ozônio. Esta bloqueia raios ultravioleta do Sol, permitindo a existência de vida na Terra. Outras funções atmosféricas importantes à vida na Terra incluem o transporte de vapor de água, fornecimento de gases úteis à sociedade humana, proteção contra meteoros (visto que a maioria desintegram-se devido ao intenso calor na entrada atmosférica antes de impactar-se na superfície terrestre), e moderação da temperatura.[29] Este último fenômeno é conhecido como o efeito estufa: traços de gases na atmosfera absorvem a energia térmica emitida da superfície, aumentando a temperatura média do planeta. Dióxido de carbono, vapor de água, metano e ozônio são os principais gases do efeito estufa na atmosfera terrestre. Sem o efeito estufa, a temperatura média na superfície terrestre seria de −18 °C, e a vida provavelmente não existiria.[16]

[editar] Troposfera

A troposfera é a camada atmosférica mais próxima da superfície terrestre. Sua espessura varia com a latitude, variando entre 8 km nos pólos para 17 km no equador, com variações devido ao tempo e às estações.[30] A atmosfera terrestre não possua um limite exterior, tornando-se cada vez menos densa e dispersando-se no espaço. A maioria da massa da atmosfera terrestre - aproximadamente 75% - está contida na troposfera. A energia do Sol aquece esta camada, e a superfície abaixo, causando a expansão do ar, e diminuindo sua densidade. Com isso, este ar sobe, e é substituída por ar resfriado e mais denso, provenientes de altitudes mais altas. O resultado é a circulação atmosférica, que gera o tempo e o clima no planeta, através da redistribuição da energia de calor.[31]

As principais bandas de circulação atmosférica consistem de alísios na região equatorial (entre as latitudes N/S 30°) e de ventos do oeste nas latitudes entre 30° e 60°.[32] Correntes oceânicas também são importantes fatores na determinação dos parâmetros climáticos, especialmente a circulação termoalina, que distribui a energia de calor dos oceanos equatoriais para as regiões polares.[33]

Fontes de massas de ar.

O vapor de água criado através da evaporação de água no estado líquido é transportado pela circulação atmosférica para outras regiões. Quando as condições atmosféricas permitem que ar quente e húmido suba para partes mais superiores da troposfera, o vapor de água condensa em nuvens, e volta à superfície via precipitação.[31] A maioria desta água é então transportada para regiões mais baixas da superfície terrestre, via rios, geralmente retornando para os oceanos, ou depositados em lagos. Este ciclo, o ciclo da água, é um mecanismo vital no suporte da vida na Terra, e é um fator causativo primário da erosão de características da superfície terrestre com o tempo. A precipitação varia com a região, variando de vários metros de água por ano para menos de um milímetro. Esta variação é determinada pela circulação atmosférica, características topológicas e diferenças de tempertatura.[34]

A Terra pode ser sub-dividida em vários cinturões latitudionais contendo climas aproximadamente homogêneos. Estes são os climas tropicais, sub-tropicais, temperados e polares.[35] O clima também pode ser classificado pela temperatura e pela precipitação, com as regiões climáticas caracterizadas por massas de ar relativamente uniformes. Um sistema que utiliza este método é a classificação climática de Köppen, que possui cinco grupos: tropicais húmidos, árido, húmido de latitude moderada, continental e polar frio, que estão divididas em sub-grupos mais específicos.[32]

[editar] Camadas superiores

A Lua parcialmente obscurecida pela atmosfera terrestre.

Acima da troposfera, a atmosfera é, no geral, organizada nas seguintes camadas: estratosfera, mesosfera e termosfera.[29] Cada uma destas camadas possui seu próprio gradiente adiabático, definindo a mudança de temperatura com a altitude. Além destas camadas, localiza-se a exosfera, que dispersa-se na magnetosfera. A última é a camada onde o campo magnético terrestre interage com o vento solar.[36] Nesta região, distingue-se a camada de ozônio, um componente da estratosfera que absorve uma parcela significante da radiação ultravioleta solar. Não há uma fronteira definida entre a atmosfera e o espaço, com a termosfera estendendo-se até cerca de 500 km. Porém, a linha de Kármán, uma região 100 km acima da superfície terrestre, é utilizada como uma definição de fronteira entre a atmosfera e o espaço.[37]

Algumas moléculas nos limites superiores da atmosfera terrestre obtém velocidade suficiente para escapar da gravidade terrestre, via energia térmica. Isto resulta na perda gradual e constante de gases para o espaço. Este processo ocorre com mais facilidade com hidrogênio (H2), devido à sua baixa massa molecular, tornando mais fácil a obtenção de velocidade de escape. Como resultado, a taxa de perda de hidrogênio é maior do que a de outros gases.[38] A perda de hidrogênio para o espaço é um dos fatores que contribuíram na mudança da Terra, de um estado redutor para um estado oxidante. A fotossíntese forneceu uma fonte de oxigênio livre, mas acredita-se que a perda de agentes redutores como o hidrogênio foi um fator necessário para a acumulação de oxigênio na atmosfera terrestre.[39] Assim sendo, o escape de hidrogênio pode ter influenciado a natureza da vida que desenvolveu-se no planeta.[40] Na atual atmosfera rica em oxigênio, a maior parte do hidrogênio livre é convertida em água antes de ter uma oportunidade de escapar. Ao invés disso, a principal causa da perda de hidrogênio na atmosfera é através da decomposição de metano nas regiões superiores da atmosfera.[41]

[editar] Campo magnético

Diagrama do campo magnético terrestre, que assemelha-se a um dipolo.

O campo magnético terrestre possui aproximadamente o formato de um dipolo magnético, com os pólos presentemente localizados próximos aos pólos geográficos do planeta. De acordo com a teoria do dínamo, o campo magnético terrestre é gerado dentro do núcleo exterior derretido, onde o calor faz com que o material desta camada circule via convecção, gerando correntes elétricas. Este, por sua vez, produzem o campo magnético terrestre. A convecção no núcleo externo é caótica por natureza, e seu alinhamento muda periodicamente com o tempo. Isto resulta na reversão geomagnética em intervalos irregulares dos pólos magnéticos terrestres, com a média sendo a cada milhão de anos. A reversão mais recente ocorreu há aproximadamente 700 mil anos atrás.[42][43]

O campo magnético cria a magnetosfera terrestre, que desvia as partículas do vento solar. O sotavento do bow shock está localizado a 13 raios terrestres. A colisão com o campo magnético e o vento solar forma os cinturões de Van Allen, um par de toros onde partículas carregadas estão concentradas. O plasma do vento solar que entra na atmosfera terrestre via os pólos magnéticos cria as auroras boreais vistas nas regiões polares.[44]

[editar] Geografia

  • A área total da Terra é de aproximadamente 510 milhões de km², dos quais 149 milhões são de terras firmes e 361 milhões são de água.
  • As linhas costeiras (litorais) da Terra somam cerca de 356 milhões de km.

[editar] Hidrosfera

Histograma de elevação da superfície da terra — cerca de 71 % da superfície da Terra é coberta por água.

A Terra é o único planeta do Sistema Solar que contém uma superfície com água. A água cobre 71% da Terra (sendo que disso 97% é água do mar e 3% é água doce mas grande parte destes 3% encontram-se nos calotes polares e nos lençóis freáticos). A água proporciona, através de 5 oceanos, a divisão dos 6 continentes, sendo cinco povoados (América, Ásia, Europa, África e Oceania) e um praticamente despovoado (Antártida). Fatores que combinaram-se para fazer da Terra um planeta líquido são: órbita solar, vulcanismo, gravidade, efeito estufa, campo magnético e a presença de uma atmosfera rica em oxigênio.

[editar] Rotação e translação

[editar] Rotação

A inclinação axial terrestre e sua relação com o eixo de rotação e o plano orbital.

O período de rotação da Terra relativo ao Sol (um dia solar) é 86 400 segundos de tempo solar. Estes segundos são um pouco maiores do que um segundo da unidade internacional porque o dia solar da Terra, no presente, é um pouco mais longa do que era durante o século XIX, devido à aceleração da maré.[45]

A rotação da Terra relativa às estrelas fixas, chamada de um "dia estelar" de acordo com o Serviço Internacional da Rotação da Terra, é de 86 164,098903691 segundos de tempo solar médio (UT1), ou 23 horas, 56 minutos, 4,098903691 segundos.[46][nota 4] O período de rotação da Terra relativo à precessão, chamada de dia sideral, é de 86 164,09053083288 segundos de tempo solar médio, ou 23 horas, 56 minutos, 4,09053083288 segundos.[46] Visto assim, o dia sideral é menor do que o dia estelar por 8,4 milisegundos.[47]

Não incluindo meteoros dentro da atmosfera terrestre e satélites artificiais, a moção aparente dos corpos celestes no céu terrestre está voltado para o oeste, a uma taxa de 15°/h = 15'/min. Isto é equivalente ao diâmetro aparente do Sol ou da Lua a cada dois minutos.[48][49]

[editar] Órbita

A Terra orbita o Sol a uma distância média de cerca de 150 milhões de quilômetros, a cada 365,2564 dias solares médios, ou um ano sideral. Da Terra, isto dá ao Sol um movimento aparente em direção a leste, com respeito às estrelas de fundo, a uma taxa de 1°/dia, ou um diâmetro aparente do Sol ou da Lua a cada 12 horas. Por causa desta moção, a Terra toma em média 24 horas para completar uma rotação em torno de seu eixo de modo a fazer com que o Sol retorne ao meridiano. A velocidade orbital média da Terra é de 30 km/s (108 000 km/h), rápido o suficiente para cobrir o diâmetro do planeta (aproximadamente 12 600 km) em sete minutos, e a distância entre a Terra e a Lua (de 384 000 km) em quatro horas.[28]

A Lua orbita a Terra em torno de um baricentro comum, a cada 27,32 dias, relativo às estrelas de fundo. Em conjunto com a revolução comum do sistema Terra-Lua em torno do Sol, o período do mês sinódico, de uma Lua Nova para outra, é de 29,53 dias. Vista do pólo norte celeste, a moção da Terra, da Lua, e suas rotações axiais, são todas anti-horárias. Quando o sistema Terra-Lua-Sol é vista do espaço, em uma posição acima dos pólos nortes dos três corpos celestes, a direção aparente da translação terrestre em torno do Sol é anti-horária. Os planos orbitais e axiais não estão precisamente alinhados: a Terra possui uma inclinação axial de 23,5 graus, perpendicular ao sistema Terra-Sol, e o plano Terra-Lua possui uma inclinação de 5 graus, em relação ao plano Terra-Sol. Na ausência desta inclinação, eclipses ocorreriam a cada duas semanas, alternando entre eclipses lunares e solares.[28][50]

O raio da esfera de Hill, ou a esfera de influência gravitacional, da Terra, é de 1,5 Gm (1 500 000 km).[51][nota 5] Esta é a distância máxima dentro do qual a influência da gravidade da Terra é maior do que a influência da gravidade do Sol e de outros planetas. Objetos orbitando a Terra precisam ficar dentro desta esfera, ou suas órbitas poderão ser pertubadas pela gravidade do Sol.

Ilustração da Via Láctea, mostrando a localização do Sol.

A Terra, em conjunto com o Sistema Solar, está localizado dentro da galáxia Via Láctea, orbitando a cerca de 28 000 anos-luz do centro da galáxia. Presentemente, o Sistema Solar está localizado a 20 anos-luz acima do plano equatorial da galáxia, no Braço de Órion.[52]

[editar] Inclinação axial

Devido à inclinação axial da Terra, a quantidade de luz solar recebida por um ponto qualquer da superfície terrestre varia ao longo do ano. Isto resulta na variação sazonal do clima, com verões no hemisfério norte ocorrendo quando o pólo está voltado ao Sol, e o inverno ocorrendo quando o pólo está voltado contra o Sol. No hemisfério sul, a situação é revertida, visto que o pólo sul está orientado na direção oposta do pólo norte. Durante o verão, os dias são mais longos, e o Sol sobe mais alto no céu. Durante o inverno, o clima torna-se no geral mais frio, e os dias mais curtos. As diferenças sazonais aumentam à medida em que se viaja em direção aos pólos, com os maiores extremos ocorrendo acima do Círculo Polar Ártico e abaixo do Círculo Polar Antártico, durante o qual tais regiões não recebem luz solar durante parte do ano.

Imagem da Terra e a Lua de Marte, tomada pela Mars Reconnaissance Orbiter. Do espaço, a Terra pode passar por fases similares à da Lua.

Por convenção astronômica, as quatro estações do ano são determinadas pelo solstício - o ponto de maior inclinação axial na órbita terrestre - e os equinócios, quando a direção da inclinação axial e a direção ao Sol são perpendiculares. O solstício de inverno ocorre em 21 de dezembro, o solstício de verão em 21 de junho, o equinócio de primavera em 20 de março, e o equinócio de outono em 23 de setembro.[53]

O ângulo da inclinação axial da Terra é relativamente estável, durante longos períodos de tempo. Porém, esta inclinação passa por nutação - um movimento ligeiramente irregular, com um período médio de 18,6 anos. A orientação do ângulo também muda com o tempo, com uma precessão de 25 800 anos. Esta precessão causa a diferença entre um ano sideral e um ano tropical. Ambas as moções são causadas pela atração gravitacional variável do Sol e da Terra no achatamento equatorial do planeta. Os pólos terrestres também migram alguns metros por ano ao longo da superfície do planeta. Esta movimento polar possui vários componentes cíclicos, que são chamados coletivamente de movimento quasi-periódico. Além do componente anual deste movimento, existe um ciclo de 14 meses, chamado de bamboleio de Chandler. A velocidade de rotação da Terra também varia, em um fenômeno chamado de variação do comprimento do dia.[54]

Em tempos modernos, o perélio da Terra ocorre em 3 de janeiro, e o afélio em torno de 4 de julho. Porém, estas datas mudam ao longo dos tempos, devido à precessão e outros fatores orbitais, que seguem padrões cíclicos conhecidos como ciclos de Milankovitch. A distância variável entre a Terra e o Sol resulta em um aumento de 6,9%[55] na energia solar alcançando a Terra no perélio, relativo ao afélio. Visto que o hemisfério sul da Terra está inclinado em direção ao Sol aproximadamente no mesmo período do perélio, a quantidade de energia solar recebida pelo hemisfério sul é ligeiramente maior do que a recebida pelo hemisfério norte, ao longo de um ano. Porém, este efeito é muito menos significante do que a mudança de energia total recebida por dadas áreas do planeta devido à inclinação axial, e a maioria deste excesso é absorvida pela maior proporção de água existente no hemisfério sul.[56]

[editar] Lua

Características
Diâmetro 3 474,8 km
2 159,2 mi
Massa 7,349×1022 kg
8,1×1019 (short) tons
Eixo semi-maior 384,400 km
238 700 mi
Período orbital 27 d 7 h 43,7 m

A Lua é um satélite natural, relativamente grande e similar a um planeta telúrico. Possui um diâmetro um quarto o da Terra. É o maior satélite do Sistema Solar, relativo ao tamanho de seu planeta. Porém, Caronte possui um maior tamanho relativo, em comparação ao planeta anão que orbita, Plutão. Os satélites naturais orbitando outros planetas são chamados de "luas", em referência à Lua da Terra.

A atração gravitacional entre a Terra e a Lua causa as marés na Terra. Este efeito também possui cria efeitos de maré na Lua, efeitos que levaram ao acoplamento de maré da última: o período de rotação e o período de translação da Lua são iguais. Como resultado, visto da Terra, apenas um lado da Lua é observado. À medida em que a Lia orbita a Terra, diferentes partes da Lua são iluminadas pelo Sol, criando as fases lunares: a parte escura da Lua é separada da parte visível pelo terminador.

Devido à interação de marés, a Lua tem afastado-se da Terra a uma taxsa de 38 milímetros por ano. Ao longo de milhñes de anos, estas pequenas modificações - e o aumento da duração de um dia terrestre em cerca de 23 milisegundos - criam mudanças significativas.[57] Durante o devoniano, por exemplo (há cerca de 410 milhões de anos atrás), um ano terrestre possuía 400 dias, com cada dia durando 21,8 horas.[58]

A Lua pode ter afetado drasticamente o desenvolvimento da vida, através da moderação do clima do planeta. Evidência paleontológica e simulações de computador mostram que a inclinação axial do planeta é estabilizado pelas interações de maré com a Lua.[59]

Alguns teoristas acreditam que, caso esta estabilização não estivesse presente, balanceando o torque exercido pelo Sol e os planetas no achatamento equatorial da Terra, que o eixo de rotação da última poderia ser caoticamente instável, levando a mudanças caóticas ao longo de milhões de anos, como aparenta ser o caso em Marte.[60] Se o eixo de rotação da Terra aproximasse-se da eclíptica (como é o caso em Urano), tempo extremamente severo poderia resultar, devido às diferenças sazonais extremas. Um pólo estaria apontando diretamente em direção ao Sol durante o "verão", e diretamente contra durante o "inverno". Cientistas planetários que estudaram este efeito argumentaram que isto poderia exterminar todos os grandes animais e as formas mais complexas de flora.[61] Porém, este é um tópico controverso, e estudos de Marte - que possui um período de rotação e inclinação axial similar o da Terra, e não possui um grande satélite ou um núcleo líquido - poderá esclarecer o assunto.

A Lua está localizada a uma distância da Terra que permite que, quando visto da última, que a primeira tenha um diâmetro aparente aproximadamente igual o do Sol. Este parâmetro, o diâmetro angular, é bastante similar entre os dois corpos, visto que, apesar de possuir um diâmetro real cerca de 400 vezes maior do que a Lua, o Sol também está localizado 400 vezes mais distante da Terra do que a Lua.

Representação em escala dos tamanhos relativos, e da distância média, entre a Terra e a Lua.

A teoria mais aceita da origem da Lua, o big splash, argumenta que a Lua formou-se após a colisão de um protoplaneta (chamado de "Teia") com o tamanho de Marte com a Terra. Esta hipótese explica a menor abundância de ferro e elementos voláteis na Lua (em relação à Terra), e o fato de que a composição da Lua é bastante similar o da crosta terrestre, além de outros fatores.[62]

A Terra possui ao menos dois quasi-satélites, 3753 Cruithne e 2002 AA29.[63]

[editar] A Terra na cultura humana

A primeira foto tomada de um "nascer da Terra", da Apollo 8.

Ao contrário de outros planetas no Sistema Solar, o nome da Terra não origina-se de um Deus grego ou romano. A palavra deriva do latim terra, com o significado de solo e, por extensão, região, país. [64]

[65] O nome inglês é de origem anglo-saxônica, da antiga palavra erda, que significa "solo" ou "terra". Esta palavra tornou-se eorthe no inglês antigo, e erthe no inglês médio, e posteriomente, "earth" no inglês moderno.[66] O símbolo astronômico da Terra é uma cruz envolvida por um círculo.[67]

A Terra foi personificada em várias culturas como uma deidade, em particular, como uma deusa. Em várias culturas, a deusa mãe, também chamada de Terra Mãe, é uma deidade da fertilidade. Vários mitos de criação possuem histórias envolvendo a criação da Terra por uma ou mais deidades supernaturais. Uma variedade de grupos religiosos, diversas vezes associados com ramos do protestantismo [68] e do islão,[69] argumentam que suas interpretações destes mitos de criação em seus textos sagrados dizem a verdade literal da criação do planeta, e deveriam ser ensinadas com ou no lugar dos argumentos científicos da criação da Terra e do desenvolvimento da Terra.[70] A comunidade científica, bem como outros grupos religiosos, opõem-se a estes argumentos.[71][72][73][74][75] Um exemplo proeminente é a controvérsia entre criacionismo e evolução.

No passado, a hipótese que da Terra plana era prevalente,[76] embora este conceito tenha sido substituído pela Terra esférica devido a observação e circunavegação da Terra.[77] A perspectiva humana da Terra tem mudado desde as primeiras viagens espaciais, e biosfera terrestre é observada atualmente primariamente através de uma perspectiva global e integrada.[78][79] Um exemplo é o crescimento do movimento ambiental, preocupado com as consequências das atividades humanas no planeta.[80]

fontehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Terra#Forma.C3.A7.C3.A3o_do_planeta_Terrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Terra#Forma.C3.A7.C3.A3o_do_planeta_Terrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Terra#Forma.C3.A7.C3.A3o_do_planeta_Terrahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Terra#Forma.C3.A7.C3.A3o_do_planeta_Terra